Introdução ao estudo da Doutrina Espírita - XIV
introdução, doutrina, objeções, críticas, comunicações, ortografia
Passaríamos levemente pela objeção que alguns céticos fazem a propósito das falhas ortográficas – palavras escritas de forma errada – que certos Espíritos cometem, se a objeção não desse margem a uma observação essencial.
Temos que concordar que a ortografia dos Espíritos nem sempre é perfeita. Mas teria que existir uma falta imensa de argumentos – dos opositores à Doutrina Espírita – para que a ortografia dos Espíritos fosse utilizada em críticas sérias; quem usa esse argumento alega que os Espíritos deveriam saber ortografia já que sabem tudo.
Para essas pessoas poderíamos mostrar os inúmeros pequenos pecados de ortografia que são cometidos por vários cientistas da Terra; esses deslizes dos cientistas, entretanto, não lhes tira o valor em nada. Entretanto, há algo mais sério a ser considerado aqui.
Para os Espíritos, principalmente para os Espíritos superiores, a ideia (essência) é tudo, e a forma tem pouco valor. Os Espíritos estão livres da matéria e das limitações da matéria, eles se comunicam uns com os outros com uma linguagem que é rápida como o pensamento, pois são os próprios pensamentos que são usados nas comunicações entre os Espíritos, sem necessidade da linguagem como intermediário.
Os Espíritos devem ficar bem pouco à vontade quando, para se comunicarem com nós (encarnados), são obrigados (forçados) a usarem as formas longas e embaraçosas de nossa linguagem humana, lutando com a falta de palavras, e com a imperfeição de nossa linguagem, quando querem expressar todas as ideias que tem. É exatamente isso que os Espíritos dizem que acontece.
É bastante interessante observar os meios que os Espíritos estão sempre utilizando para contornar os inconvenientes da nossa linguagem. A mesma coisa aconteceria entre nós se, para nos expressarmos, tivéssemos que usar palavras e frases mais longas, com menores possibilidades de significados do que dispomos na linguagem que usamos [1]. É o mesmo tipo de dificuldade encontrada por alguém muito inteligente que fica impaciente ao escrever à mão porque a velocidade da escrita não acompanha a velocidade do pensamento [2].
Diante disto é perfeitamente compreensível que os Espíritos deem pouca importância à "infantilidade" da ortografia, principalmente se o assunto é algum ensinamento profundo e sério. Já não é maravilhoso se os Espíritos entendem todas as línguas terrenas e conseguem se expressar igualmente em todas elas?
Porém não devemos concluir, por causa disso, que os Espíritos desconhecem o que é ou não correto na linguagem. Os Espíritos obedecem à gramática e à ortografia quando é preciso. Tanto que nas poesias que os Espíritos ditam quase sempre não há motivos para existir uma crítica sequer do mais meticuloso perfeccionista, mesmo quando o médium não conhece absolutamente nada sobre poesia.
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