O que motivou isso?
Tradução Livre
(se podemos simplificar, para que complicar?)
Direto ao ponto e ao que mais interessa (por enquanto). Leia e tente entender o seguinte texto:
Alguns, entretanto, muito modestos para convirem em que bem poderia dar-se não lhes ter ainda a natureza dito a última palavra, quiseram ver, para tranquilidade de suas consciências. Mas aconteceu que o fenômeno nem sempre lhes correspondeu à expectativa e, do fato de não se haver produzido constantemente à vontade deles e segundo o seu modo de experimentação, concluíram pela negativa. Malgrado, porém, o que decretaram, as mesas — pois que há mesas — continuam a girar e podemos dizer como Galileu: todavia, elas se movem! Acrescentaremos que os fatos se multiplicaram de tal modo que desfrutam hoje do direito de cidade, não mais se cogitando senão de lhes achar uma explicação racional. Contra a realidade do fenômeno, poder-se-ia inferir alguma coisa da circunstância de ele não se produzir de modo sempre idêntico, segundo a vontade e as exigências do observador? Os fenômenos de eletricidade e de química não estão subordinados a certas condições? Será lícito negá-los, porque não se produzem fora dessas condições? Que há, pois, de surpreendente em que o fenômeno do movimento dos objetos pelo fluido humano também se ache sujeito a determinadas condições e deixe de se produzir quando o observador, colocando-se no seu ponto de vista, pretende fazê-lo seguir a marcha que caprichosamente lhe imponha, ou queira sujeitá-lo às leis dos fenômenos conhecidos, sem considerar que para fatos novos pode e deve haver novas leis? Ora, para se conhecerem essas leis, preciso é que se estudem as circunstâncias em que os fatos se produzem, e esse estudo requer uma observação perseverante, atenta e às vezes muito longa.
Não importa se o texto acima foi claramente compreendido ou não. Agora responda à seguinte pergunta: se a Bíblia Sagrada fosse escrita dessa forma, existiria disposição para / interesse em ler a Bíblia Sagrada? E se, ao invés disso, aquele mesmo texto fosse escrito como está escrito a seguir (sem prejudicar o SENTIDO do texto original):
Entretanto, alguns cientistas foram mais modestos e humildes quando concordaram que provavelmente ainda não conheciam tudo o que a natureza tinha para revelar, e quiseram saber sobre os fenômenos para ficarem com as suas consciências mais tranquilas.
Aqueles cientistas ficaram um certo tanto desapontados e frustrados pois os fenômenos nem sempre eram os que eles (cientistas) esperavam, e também porque os fenômenos não aconteciam quando e como eles desejavam, e os fenômenos não seguiam as regras daqueles cientistas. Daí, aqueles cientistas negaram os fenômenos.
Independente da negação dos cientistas, os fenômenos continuaram acontecendo. As repetições dos fenômenos aumentaram a tal ponto que ficou impossível não tentar encontrar uma explicação racional para aqueles acontecimentos.
Será que seria possível negar que os fenômenos eram reais levando-se em conta o fato de que os fenômenos não se repetiam sempre de forma igual, e de acordo com as exigências e vontade dos observadores? Os fenômenos observados na eletricidade e na química não estão também sujeitos a certas condições? Será que seria válido negar os fenômenos da eletricidade e da química porque eles não podem ser produzidos nessas condições?
Não há nenhuma surpresa na impossibilidade de controle dos fenômenos à vontade dos observadores pois para fatos novos pode e deve haver leis e regras novas. Portanto não há da mesma forma nenhuma surpresa quando o fenômeno da movimentação espontânea de objetos – influenciada por alguma energia humana – apresenta leis e regras próprias que devem ser seguidas para as manifestações.
Isso explica porque os fenômenos não aconteciam quando os observadores tentavam controlá-los usando leis de fenômenos já conhecidos, ou quando – simplesmente por causa da própria vontade pessoal – queriam determinar quando, onde, e como os fenômenos deveriam acontecer.
Para conhecer essas novas leis não existe outro caminho a não ser um estudo e uma investigação perseverantes, atenciosos, e demorados das circunstâncias e condições em que os fatos se produzem e se repetem.
Se uma pessoa instruída tem uma certa dificuldade para ler o primeiro texto, e precisa de um certo esforço para compreender o que está sendo dito nele, dá para imaginar toda a dificuldade que uma pessoa mais simples e menos instruída teria. Talvez – apenas talvez – uma pessoa menos instruída ache mais fácil ler o segundo texto, e talvez a pessoa consiga entender – melhor e com menos dificuldade – o que está sendo dito nele.
Não parece ser muito caridoso e justo que as pessoas menos instruídas sejam (praticamente) impedidas de ter acesso às mensagens e ensinamentos publicados por Allan Kardec simplesmente porque seus textos foram escritos (traduzidos) em uma linguagem – e usando um estilo de escrita – que tornam o acesso impossível na prática – afinal de contas, (hoje em dia) não há (mais) nada que justifique e explique o uso de palavras e um estilo de discurso que não podem ser compreendidos pelo "povo".
Isso dito, se foi possível perceber a diferença entre os textos em sua forma mais geral, então os objetivos do texto contido neste trabalho já estão praticamente explicados; não é preciso explicar (quase) mais nada. Para finalizar a apresentação do texto contido neste trabalho, há a seguinte citação dos Espíritos superiores na questão 627 do Livro dos Espíritos:
O ensino dos Espíritos (superiores) tem que ser claro e sem equívocos (erros) para que ninguém possa alegar ignorância, e para que todos (os homens) possam julgar (avaliar) e apreciar (compreender) com a razão (raciocínio).
Este texto foi baseado na publicação digital do Livro dos Espíritos que está disponível no portal Kardecpedia.
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