Parte II: O mundo espírita – Capítulo IX: Intervenção dos Espíritos no mundo corporal – Anjos guardiães, Espíritos protetores, Espíritos familiares ou Espíritos simpáticos

Livro dos Espíritos: linguagem simplificada - Anjos guardiães, Espíritos protetores, Espíritos familiares ou Espíritos simpáticos

 

Anjos guardiães, Espíritos protetores, Espíritos familiares ou Espíritos simpáticos

 

489.

Há Espíritos que se ligam (acompanham) a uma pessoa em particular para proteger aquela pessoa?

 

Há o "irmão espiritual", aquilo que os homens chamam de "Espírito bom" ou de "gênio bom".

 

490.

O que deve ser entendido por "anjo guardião"?

 

É um Espírito protetor que pertence à uma ordem elevada (na escala espírita [1]).

 

491.

Qual é a missão do Espírito protetor?

 

É a missão que um pai tem com relação aos filhos: a missão de guiar o seu protegido pelo caminho do bem, a missão de ajudar o seu protegido com conselhos, a missão de consolar o seu protegido nas aflições que o protegido tenha, a missão de encorajar o seu protegido nas provas (dificuldades) da vida.

 

492.

O Espírito protetor se liga (acompanha) à pessoa (protegida por ele) desde o nascimento da pessoa?

 

O Espírito protetor se liga ao seu protegido desde o nascimento, e permanece ligado ao seu protegido até a morte (física). Muitas vezes o Espírito protetor acompanha o seu protegido na vida espírita depois da morte (física), e mesmo através de muitas existências corpóreas do seu protegido (as existências corpóreas não são mais do que fases curtíssimas da existência do Espírito).

 

493.

A missão do Espírito protetor é voluntária ou é obrigatória?

 

Depois que o Espírito protetor aceitou a missão (de proteção), o Espírito protetor fica obrigado a ajudar o seu protegido. Mas um Espírito protetor tem o direito de escolher seres com quem o Espírito protetor simpatiza. Para alguns Espíritos protetores, aquela missão é (também) um prazer; para outros Espíritos protetores, aquela missão é um dever (apenas).

 

493a.

Quando um Espírito protetor se liga (acompanha) à uma pessoa, o Espírito protetor renuncia (desiste) a proteger outras pessoas?

 

Não, mas o Espírito protetor protege (todas) aquelas pessoas com menos exclusividade.

 

494.

O Espírito protetor fica fatalmente preso à pessoa que foi confiada à sua guarda?

 

Frequentemente acontece que alguns Espíritos protetores deixem suas posições de protetores para executar diversas missões, mas nesses casos outros Espíritos tomam o lugar do Espírito protetor ausente.

 

495.

Se uma pessoa é rebelde e não segue os conselhos do seu Espírito protetor, pode acontecer do Espírito protetor abandonar o seu protegido?

 

Nesse caso o Espírito protetor se afasta de seu protegido quando aquele Espírito protetor percebe que seus conselhos são inúteis, quando aquele Espírito protetor percebe que a decisão de se submeter (aceitar) à influência dos Espíritos inferiores é mais forte em seu protegido. Nesse caso é o homem quem está tapando os ouvidos (para os conselhos de seu Espírito protetor). Mas aquele Espírito protetor não abandona o seu protegido completamente pois o Espírito protetor está sempre mantendo algum contato com o seu protegido. Aquele Espírito protetor volta desde que o seu protegido chame por seu Espírito protetor.

 

A doutrina [2] dos "anjos guardiões" tem um encanto e uma doçura que deveriam bastar para converter (convencer) as pessoas mais descrentes.

 

Não parece, para os homens, que a idéia de um homem ter sempre junto dele seres que são superiores ao próprio homem, seja uma idéia grandemente consoladora?

 

Não parece, para os homens, que a idéia de um homem ter sempre junto dele seres que estão sempre prontos para aconselhar, amparar, e ajudar o homem (na escalada da montanha do bem), seja uma idéia grandemente consoladora?

 

Não parece, para os homens, que a idéia de um homem ter sempre junto dele seres que são amigos sinceros e dedicados (muito mais sinceros e dedicados que os amigos terrenos do homem), seja uma idéia grandemente consoladora?

 

Aqueles seres ("anjos guardiões") estão ao lado dos homens por ordem de Deus. Foi Deus quem colocou aqueles seres onde eles estão (ao lado dos homens), e aqueles seres permanecem onde eles estão pelo amor que aqueles seres dedicam a Deus, executando uma missão que é bela, mas que também é penosa (trabalhosa).

 

Sim, onde quer que um homem esteja, lá também estará seu "anjo guardião". Ainda que o homem não possa ver seu amigo (espiritual), o homem não está separado de seu amigo (espiritual) nem nas prisões, nem nos hospitais, nem nos lugares de devassidão, nem na solidão; em todas essas situações (também), a alma do homem sente a suave influência de seu amigo (espiritual), e ao mesmo tempo a alma do homem ouve os conselhos ponderados (sensatos) de seu amigo (espiritual).

 

Ah! Se os homens conhecessem bem esta verdade! Como essa verdade poderia ajudar os homens nos momentos de crise! Quanto essa verdade poderia livrar os homens dos Espíritos maus (imperfeitos)!

 

Mas, infelizmente, em quantos casos, no dia solene (morte física), aquele amigo (espiritual) não irá ficar constrangido (envergonhado) por ter que perguntar para o homem: "Não te dei esse conselho? Entretanto, você não seguiu meu conselho. Não te mostrei o abismo (onde você estava para cair)? Entretanto, você se jogou no abismo. Não fiz a voz da verdade soar (aparecer) na tua consciência? Mas você preferiu seguir os conselhos da mentira!"

 

Os homens devem levar suas dúvidas para os seus "anjos guardiões". Os homens devem criar entre eles próprios e os seus "anjos guardiões" uma intimidade terna (suave), do tipo de intimidade que existe entre os melhores amigos. Os homens não devem pensar (tentar) em esconder nada de seus "anjos guardiões" pois os "anjos guardiões" tem o "olhar de Deus" [3], e os homens não podem enganar seus "anjos guardiões".

 

Os homens devem pensar em seu futuro (espiritual) e devem procurar se adiantar (progredir espiritualmente) já na vida (física) que os homens ainda tem. Se os homens fizerem isso, os homens irão encurtar a quantidade e a duração das provas que os homens (ainda) tem que passar, e os homens irão fazer com que suas existências (físicas) sejam mais felizes.

 

Vamos, homens! Coragem! Larguem de uma vez todos os preconceitos e todos os pensamentos ocultos (sic [4]). Entrem de uma vez no novo caminho aberto adiante e que aguarda os seus passos. Caminhem (para a frente)! Vocês tem guias. Sigam seus guias e vocês não irão falhar para atingir o objetivo, pois esse objetivo é o próprio Deus.

 

Algumas pessoas podem considerar (pensar) que seja impossível que Espíritos verdadeiramente elevados iriam se dedicar à uma tarefa (missão) tão trabalhosa e que exige tanto tempo (a todos os momentos). Vamos dizer para aquelas pessoas que os Espíritos elevados estão influenciando as almas (dos homens) mesmo quando aqueles Espíritos estão a muitos milhões de quilometros de distância dos homens. Para os Espíritos elevados o espaço não é nada, e mesmo que os Espíritos elevados tenham uma existência (física) em outros mundos, ainda assim os Espíritos elevados mantém a ligação que eles tem com os Espíritos dos homens. Os Espíritos elevados possuem qualidades (capacidades) que os homens não podem compreender. Os homens podem ter certeza de que Deus não impôs aos Espíritos elevados nenhuma tarefa que esteja além das forças daqueles Espíritos; os homens podem ter certeza de que Deus não deixou os homens abandonados na Terra, sem amigos e sem amparo.

 

Cada "anjo guardião" tem o seu protegido (entre os homens), e aquele "anjo guardião" vela (cuida) o seu protegido com um pai cuida de seu filho. O "anjo guardião" de um homem se alegra quando o seu protegido segue o bom caminho. O "anjo guardião" de um homem sofre quando o seu protegido despreza os conselhos do seu "anjo guardião".

 

Os homens não devem ter receio de cansar seu "anjo guardião" com perguntas (e dúvidas) [5]. Pelo contrário, os homens devem procurar estar sempre em contato com seus "anjos guardiões". Dessa forma os homens serão mais fortes (moralmente) e serão mais felizes. Todos os homens são (de certa forma) "médiuns" por causa dessas comunicações (contato) que os homens tem com seus "anjos guardiões". Esses médiuns de hoje são desconhecidos, mas os médiuns (de amanhã) irão se manifestar (aparecer) mais tarde e irão se espalhar pelo mundo como um oceano sem margens (sem limites), acabando de uma vez por todas com toda a incredulidade e com toda a ignorância.

 

Homens instruídos, instruam os seus irmãos (em Deus). Homens de talento (sic [6]), eduquem os seus irmãos (em Deus). Os homens nem imaginam a obra que estarão realizando se os homens agirem assim: se os homens agirem assim, os homens estarão realizando a obra do Cristo, os homens estarão realizando a obra que Deus deixou a cargo dos homens para que fosse realizada. Por qual outra razão Deus teria dado a inteligência e teria dado o saber (conhecimento) para os homens? Deus deu a inteligência e o saber para os homens para que os homens repartam com seus irmãos aquela inteligência e aquele saber, e para que os homens – assim – façam com que os seus irmãos se adiantem no caminho que leva para a bem-aventurança e para felicidade eterna.

 

 

 

 

São Luís, Santo Agostinho

 

A doutrina dos "anjos guardiões" velando (cuidando) por seus protegidos não tem nada de surpreendente, apesar da distância que separa os dois mundos (a Terra, e o mundo onde um "anjo guardião" possa estar localizado). Ao contrário, em vez de ser surpreendente a doutrina dos "anjos guardiões" é grandiosa e sublime (elevada).

 

Na Terra não vemos um pai velando pelo seu filho – mesmo quando aquele pai está (fisicamente) distante do seu filho – e ajudando seu filho com conselhos transmitidos nos contatos que aquele pai tem com o seu filho?

 

Para os "anjos guardiões" a distância que separa os mundos é menor do que a distância que separa os continentes na Terra. Então haveria motivo para surpresa (espanto) se aqueles Espíritos ("anjos guardiões") podem guiar os seus protegidos na Terra, mesmo quando aqueles Espíritos estão em outros mundos?

 

Os "anjos guardiões" não dispõem – ainda – do "fluído universal" [7] que entrelaça (liga) todos os mundos fazendo com que os mundos sejam (possam ser) solidários (entre si)? O "fluído universal" não é um veículo imenso para a transmissão dos pensamentos para os Espíritos, da mesma forma que o ar é um veículo para a transmissão do som para os homens?

 

 

496.

Quando um Espírito (protetor) abandona o seu protegido (e deixa de fazer o bem para o seu protegido), aquele Espírito pode fazer (praticar) o mal para o seu protegido? [8]

 

Os Espírito bons nunca fazem (praticam) o mal. Quando um Espírito (protetor) abandona o seu protegido, aquele Espírito (apenas) deixa que os outros Espíritos (imperfeitos) – que tomam o seu lugar – pratiquem o mal (para o protegido). Então, quando isso acontece, os homens costumam dizer que todas as desgraças que caem sobre (acabrunham) os homens é "má sorte" (azar), quando na verdade os homens só sofrem aquelas desgraças por culpa própria.

 

497.

Um Espírito protetor pode deixar o seu protegido à mercê (sob a influência) de outro Espírito que queira fazer mal para aquele protegido?

 

Quando um Espírito protetor abandona o seu protegido [9], pode acontecer que aquele Espírito bom encontre em algum outro lugar algum outro homem que tenha boa vontade para ser ajudado; aquele Espírito bom irá – então – se dedicar a ajudar aquele outro homem, enquanto espera o momento certo de voltar a ajudar o seu protegido.

 

Os Espíritos maus (imperfeitos) se unem para neutralizar (destruir) a ação dos Espíritos bons. Mas se o homem quiser, o homem poderá dar toda a força para o seu Espírito protetor (neutralizando, assim, a força da influência da união dos Espíritos imperfeitos).

 

498.

Um Espírito protetor poderia deixar seu protegido se transviar (se perder) na vida porque aquele Espírito protetor não pode lutar contra Espíritos maléficos (imperfeitos)?

 

Um Espírito protetor pode deixar o seu protegido (correr o risco de) se transviar na vida não porque aquele Espírito protetor não pode lutar contra Espíritos maléficos (imperfeitos), mas sim porque aquele Espírito protetor não quer lutar contra os Espíritos maléficos. Nessa situação, o Espírito protetor sabe que seu protegido sairá (poderá sair) das provas (influências dos Espíritos maléficos) mais instruído e mais perfeito. O Espírito protetor – então – ajuda seu protegido (naquelas provas) com seus conselhos transmitidos para o protegido através de bons pensamentos (mas que, infelizmente, nem sempre são ouvidos).

 

As únicas coisas que dão força para os Espíritos maus (imperfeitos) são a fraqueza do homem, o descuido do homem, o orgulho do homem.Todo o poder dos Espíritos maus (imperfeitos) vem do fato de que os homens não resistem (ou não querem resistir) às influências daqueles Espíritos.

 

499.

O Espírito protetor está o tempo todo com o seu protegido? Existe alguma circunstância (ocasião) em que o Espírito protetor perde seu protegido de vista (sem abandoná-lo, entretanto)?

 

Há circunstâncias (ocasiões) em que não é necessário que o Espírito protetor esteja junto do seu protegido. [10]

 

500.

Chegará um tempo (momento) em que o Espírito deixe de precisar de "anjos guardiães"?

 

Sim, quando o Espírito atinge o ponto de poder ser seu próprio guia, como acontece com um estudante que não precisa mais de um mestre depois de um certo momento. Mas isso não acontece na Terra (onde todos os homens precisam de um "anjo guardião").

 

501.

Por que a ação dos Espíritos sobre a existência (física) dos homens é sempre oculta (escondida), e por que os Espíritos não mostram claramente que estão nos protegendo (quando eles fazem isso)?

 

Se os homens pudessem sempre contar (conscientemente) com a ação (favorável) dos Espíritos, os homens não trabalhariam (decidiriam) por contra própria e – assim – os homens não iriam progredir (espiritualmente). Para que um homem possa se adiantar (espiritualmente), o homem precisa de experiência que deve ser conseguida com o seu próprio suor (dos esforços). É preciso que o homem exercite as suas forças (no progresso), pois sem isso o homem seria como uma criança que não pode andar sozinha porque ninguém permite que a criança ande sozinha.

 

A ação dos Espíritos que querem o bem do homem é sempre dosada (regulada) de maneira que aquela ação não impeça o livre-arbítrio do homem pois é o livre-arbítrio que dá responsabilidades (sic [11]) para o homem, e são aquelas responsabilidades que fazem o homem avançar no caminho que levará o homem até Deus. [12]

 

Se o homem não vê (percebe) quem está dando ajuda para o homem, o homem tem que confiar em suas próprias forças. Entretanto, o guia (Espírito protetor) do homem está (continua) cuidando (velando) do homem, e de tempos em tempos aquele guia avisa claramente o homem sobre os perigos (do caminho).

 

502.

Um Espírito protetor tem algum benefício para si mesmo quando aquele Espírito protetor consegue levar o seu protegido para o bom caminho?

 

Quando um Espírito protetor consegue levar o seu protegido para o bom caminho, aquele Espírito protetor tem um mérito (merecimento) que é levado que conta, seja para o progresso (espiritual) daquele Espírito protetor, seja para felicidade daquele Espírito protetor.

 

Um Espírito protetor se sente feliz (ditoso) quando aquele Espírito protetor vê que seus esforços foram bem sucedidos, e isso representa um triunfo (vitória) para aquele Espírito protetor, da mesma forma que um mestre considera que seja uma vitória (sua) os bons êxitos (resultados) do seu aluno.

 

502a.

Um Espírito protetor é responsável quando seus esforços produzem maus resultados?

 

Não, porque aquele Espírito protetor fez tudo o que dependia dele próprio.

 

503.

Um Espírito protetor sofre quando vê que seu protegido está seguindo pelo mau caminho apesar dos conselhos que o protegido recebe de seu Espírito protetor? Neste caso, isso não seria uma causa para a diminuição (perturbação) da felicidade daquele Espírito protetor?

 

Os erros de um protegido causam mágoa e aflição no Espírito protetor daquele homem. O Espírito protetor tem dó do seu protegido por causa disso. Nesse caso, porém, a aflição de um Espírito protetor não se parece em nada com as angústias que são causadas em um pai quando seu filho segue um mau caminho. O Espírito protetor sabe que existe um remédio para o mal, e o que o seu protegido não pode fazer hoje, o seu protegido poderá fazer amanhã.

 

504.

Sempre será possível para um homem saber o nome de seu Espírito protetor (ou "anjo guardião")?

 

Como (para quê) o homem pode querer saber nomes que são desconhecidos para os homens? Os homens não devem supor (imaginar) que só existem Espíritos que tenham nomes que sejam nomes conhecidos pelos homens.

 

504a.

Como o homem pode invocar (chamar) o seu Espírito protetor se o homem não sabe o nome do seu Espírito protetor?

 

Um homem pode dar o nome que o homem quiser para o seu Espírito protetor. Para isso o homem pode usar o nome de um Espírito superior que cause simpatia ou respeito (veneração) no homem [13]. O Espírito protetor do homem responderá ao pedido do homem qualquer que seja o nome que o homem use para fazer aquele pedido para o seu Espírito protetor, pois todos os Espíritos bons são irmãos (entre si) e se ajudam uns aos outros.

 

505.

Os Espíritos protetores que dizem ter nomes conhecidos (dos homens) sempre são realmente os Espíritos das pessoas que tiveram aqueles nomes (quando viviam na Terra)?

 

Não. Muitas vezes quando um Espírito protetor diz ter um nome de uma pessoa que tenha vivido na Terra, aquele Espírito protetor é de fato um Espírito simpático ao Espírito daquela pessoa que viveu na Terra [14]. Nesses casos aquele Espírito protetor (simpático) está atendendo o pedido (ordem) do Espírito que tinha aquele nome na Terra, e está assim respondendo ao chamado do homem (um chamado que foi feito usando aquele nome conhecido na Terra).

 

Os homens fazem questão de nomes, então os Espíritos usam nomes de pessoas em quem os homens possam confiar. Quando um homem não pode executar pessoalmente alguma tarefa (missão), o homem não tem o costume de enviar outra pessoa para executar aquela tarefa (uma outra pessoa por quem o homem responde como se fosse ele mesmo)?

 

506.

O homem irá reconhecer o seu Espírito protetor na vida espírita (após a morte física)?

 

Com certeza, pois não é raro que o homem já tenha conhecido (encontrado) o seu Espírito protetor antes do homem encarnar.

 

507.

Todos os Espíritos que são Espíritos protetores são também Espíritos superiores (na escala espírita [15])? Um Espírito que pertença a uma classe intermediária (da escala espírita) pode ser um Espírito protetor? Por exemplo, o Espírito de um pai (que tenha desencarnado) pode ser o Espírito protetor do seu filho (ainda encarnado)?

 

Sim, o Espírito de um pai (que tenha desencarnado) pode ser o Espírito protetor do seu filho (ainda encarnado), mas a (missão de) proteção pressupõe (exige) um certo grau de elevação (espiritual), e pressupõe um poder (capacidade) a mais, ou uma virtude a mais (concedidos por Deus).

 

Nesse caso, o Espírito de um pai (desencarnado) que protege o seu filho (ainda encarnado) pode – por sua vez – ser ajudado (na tarefa de proteção) por um outro Espírito mais elevado. [16]

 

508.

Se um Espírito que deixa a Terra (desencarna) se encontra em boas condições (na vida espiritual), aquele Espírito pode proteger as pessoas que são caras (queridas) para aquele Espírito e que ainda estão encarnadas)? [17]

 

Quando um Espírito deixa a Terra (desencarna), o poder (capacidades) daquele Espírito é mais ou menos limitado. A situação (na vida espírita) de um Espírito que desencarna nem sempre permite que aquele Espírito tenha liberdade total para agir. [18]

 

509.

Os homens em um estado selvagem, ou em um estado de inferioridade moral, também tem seus Espíritos protetores? Se tem, os Espíritos protetores dos homens em um estado selvagem, ou em um estado de inferioridade moral, são Espíritos de uma ordem (na escala espírita) tão elevada quanto a ordem dos Espíritos protetores de homens muito adiantados (espiritualmente)?

 

Todo homem tem um Espírito que vela (cuida) por aquele homem, mas as missões dos Espíritos protetores estão de acordo com um certo objetivo a ser alcançado. O progresso (espiritual) de um Espírito protetor depende (tem a ver com) do progresso (espiritual) do homem protegido por aquele Espírito protetor. Uma criança que esteja aprendendo a ler não recebe um professor de filosofia para ensinar aquela criança a ler. [19]

 

O homem tem um Espírito protetor que vela (cuida) pelo homem. Quando o homem desencarnar, o Espírito daquele homem poderá – por sua vez (e em algum momento) – vir a ser um Espírito protetor de um outro homem que esteja abaixo daquele homem (desencarnado) na escala espírita. Então, os progressos (espirituais) que o protegido conseguir com a ajuda desse seu Espírito protetor irão contribuir para o adiantamento (espiritual) desse Espírito protetor.

 

Deus não exige de um Espírito nada que esteja além da natureza (caráter) do Espírito, nem exige de um Espírito nada que esteja além do grau de elevação (na escala espírita) que o Espírito já tenha alcançado.

 

510.

Se um pai (desencarnado) está velando por seu filho (ainda encarnado), e aquele pai encarna novamente, aquele pai continua a velar pelo seu filho (mesmo estando novamente encarnado)?

 

Isso é mais difícil. Contudo, aquele pai continua de certo modo a velar por seu filho quando aquele pai (estando parcialmente livre do corpo físico [20]) pede ajuda para um Espírito simpático a fim de executar sua missão (de proteção).

 

Quando um Espírito está encarnado – principalmente em um mundo onde a existência é (mais) material (como a Terra) – o Espírito está muito preso ao corpo (físico) para ser capaz de se dedicar inteiramente a um outro Espírito, isto é, para ser capaz de ajudar pessoalmente (ele próprio) um outro Espírito.

 

Além disso, os Espíritos só aceitam as missões que os Espíritos sabem que poderão executar até o fim. Tanto assim é que os Espíritos (protetores), que ainda não se elevaram (espiritualmente) o bastante, recebem ajuda de outros Espíritos mais elevados, de forma que se um Espírito (protetor) vier a faltar (por uma razão qualquer), um outro Espírito irá tomar o lugar do Espírito (ausente). [21]

 

511.

Além do Espírito protetor, uma pessoa tem (também) um Espírito mau (imperfeito) que esteja ligado àquela pessoa com o propósito de levar aquela pessoa ao erro (dessa forma criando as oportunidades para aquela pessoa lutar entre o bem e mal)?

 

Ligado não bem o termo (não é bem o caso).

 

Com certeza os Espíritos maus (imperfeitos) procuram desviar o homem do bom caminho quando aqueles Espíritos maus (imperfeitos) encontram uma oportunidade para isso [22]. Porém, sempre que um Espírito mau (imperfeito) se aproxima de uma pessoa (se liga à pessoa), aquele Espírito mau (imperfeito) está agindo por conta própria porque aquele Espírito mau (imperfeito) espera ser atendido (ajudado no mal que deseja praticar através daquela pessoa). Então, naquela pessoa acontece uma luta (interna) entre o bem e o mau, vencendo a influência que aquela pessoa permita que vença.

 

512.

Um homem pode ter muitos Espíritos protetores (mais do que um)?

 

Todo homem sempre tem (alguns) Espíritos mais ou menos elevados que simpatizam com o homem [23]. Aqueles Espíritos dedicam afeto ao homem, aqueles Espíritos se interessam pelo homem. Da mesma forma, todo homem tem por perto outros Espíritos que ajudam o homem no mal (que o homem pense em praticar, ou que o homem pratique de fato).

 

513.

Os Espíritos simpáticos (que acompanham um homem) estão cumprindo uma missão (tarefa)?

 

Algumas vezes aqueles Espíritos simpáticos estão executando uma missão (tarefa) temporária. Mas, é mais comum que aqueles Espíritos simpáticos acompanhem um homem por causa da semelhança dos pensamentos e dos sentimentos compartilhados entre o homem e aqueles Espíritos simpáticos (tanto para o bem quanto para o mal).

 

513a.

Então parece que é válido concluir que os Espíritos com quem o homem simpatiza podem ser Espíritos bons e também podem ser Espíritos maus (imperfeitos), não é verdade?

 

Sim, é verdade. Qualquer que seja o caráter do homem (bom ou mau), o homem sempre encontra Espíritos que simpatizem com aquele homem.

 

514.

Os "Espíritos familiares" são os mesmos a quem chamamos de "Espíritos simpáticos" ou de "Espíritos protetores"?

 

Há graus na proteção (dos Espíritos protetores) e na simpatia (dos Espíritos simpáticos). Os homens podem usar os nomes que os homens quiserem (para aqueles Espíritos). Um "Espírito familiar" é antes o "amigo da casa" (sic [24]).

 

 

 

 

Das explicações acima e das observações feitas sobre a natureza dos Espíritos que tem afeto por um homem, pode-se deduzir (concluir) o seguinte.

 

O "Espírito protetor", ou "anjo guardião", ou "bom gênio" é um Espírito que tem a missão (tarefa) de acompanhar o homem (seu protegido) durante a vida (física) do homem, procurando ajudar o homem (seu protegido) a progredir (espiritualmente). Aquele Espírito sempre tem uma natureza (elevação na escala espírita) que é superior à natureza do Espírito do homem que aquele Espírito protege.

 

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Os "Espíritos familiares" se ligam (acompanham) a certas pessoas por laços mais ou menos duráveis (constantes), com o objetivo de serem úteis para aquelas pessoas dentro dos limites do poder (capacidade) que aqueles Espíritos dispõem (para isso). O poder (capacidade) daqueles Espíritos para ajudar aquelas pessoas sempre é muito restrito (limitado).

 

Os "Espíritos familiares" são Espíritos bons, mas muitas vezes os "Espíritos familiares" são Espíritos pouco adiantados, e são até mesmo Espíritos um pouco levianos (inconsequentes).

 

Os "Espíritos familiares" se ocupam de boa vontade com as particularidades (questões) da vida íntima (moral). Os "Espíritos familiares" só agem por ordem dos "Espíritos protetores", ou só agem com a permissão dos "Espíritos protetores".

 

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Os "Espíritos simpáticos" são os Espíritos que são atraídos para ficarem ao lado de um homem por causa de afeições particulares (que aqueles Espíritos tenham pelo homem), e ainda por causa de uma certa semelhança dos gostos e dos sentimentos (tanto para o bem, quanto para o mal) compartilhados entre o homem e aqueles "Espíritos simpáticos". Na grande maioria das vezes, a duração da ligação de um "Espírito simpático" com um homem depende das circunstâncias [25].

 

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O "mau gênio" é um Espírito perverso (imperfeito) que se liga (acompanha) a um homem para (tentar) desviar aquele homem do caminho do bem. Mas o "mau gênio" age por impulso (vontade) próprio, o "mau gênio" não age porque está executando uma missão (tarefa). A teimosia (intensidade) da ação do "mau gênio" tem uma relação direta com (depende de) a maior ou menor facilidade que o homem permita que o "mau gênio" tenha para agir (o homem sempre tem a liberdade para escolher entre escutar a voz do "mau gênio", e entre deixar de dar atenção para aquela voz).

 

 

515.

Algumas pessoas parecem se ligar a certos indivíduos para fatalmente levar aqueles indivíduos para a perdição, ou – em outros casos – para guiar aqueles indivíduos para o bom caminho. O que deve ser pensado sobre isso?

 

De fato, algumas pessoas exercem (tem) sobre certos indivíduos uma fascinação (domínio) que parece ser irresistível. Quando isso acontece no sentido do mal, aquelas pessoas são pessoas onde estão encarnados Espíritos maus (imperfeitos); outros Espíritos também imperfeitos (desencarnados) usam aquele Espírito imperfeito (encarnado naquelas pessoas) para fascinar (dominar) aqueles indivíduos. Deus permite que esse tipo de coisa aconteça para experimentar (testar) os homens [26].

 

516.

O "bom gênio", ou o "mau gênio" de um homem poderia encarnar a fim de acompanhar aquele homem de mais perto na vida (física)?

 

Isso acontece às vezes. Mas também é comum que o "bom gênio", ou o "mau gênio" de um homem deixe essa missão (tarefa de acompanhar o homem de mais perto) para outros Espíritos encarnados que sejam simpáticos àquele "bom gênio" ou àquele "mau gênio" [27].

 

517.

Há Espíritos que se liguem (acompanhem) a uma família inteira para proteger aquela família?

 

Alguns Espíritos se ligam (acompanham) aos membros de uma determinada família que vivem juntos e unidos pela afeição (de uns pelos outros). Mas não acredite em Espíritos protetores do orgulho das raças (humanas).

 

518.

Os Espíritos são atraídos para certas pessoas por causa da simpatia que aqueles Espíritos tem por aquelas pessoas. Os Espíritos são (da mesma forma e por motivos particulares) atraídos para as reuniões (grupos) de pessoas?

 

Os Espíritos preferem estar no meio das pessoas que sejam parecidas (moralmente) com eles. Os Espíritos ficam mais à vontade no meio das pessoas que sejam parecidas (moralmente) com eles. Os Espíritos tem mais certeza de que eles serão ouvidos quando aqueles Espíritos estão no meio das pessoas que sejam parecidas (moralmente) com eles.

 

O homem atrai os Espíritos por meio de suas tendências (natureza, caráter), e isso é verdade no caso de um único homem, e é verdade no caso de um todo coletivo (uma sociedade, uma cidade, ou um povo). Portanto, de acordo com as paixões e com de acordo com o caráter que predominam (sejam mais fortes) nas cidades e nos povos, as cidades e os povos são ajudados por Espíritos mais ou menos elevados.

 

Os Espíritos imperfeitos se afastam dos homens que repelem (rejeitam) aqueles Espíritos imperfeitos. Portanto, o aperfeiçoamento moral das coletividades (grupos humanos), assim como o aperfeiçoamento moral das pessoas, tende a afastar os Espíritos maus (imperfeitos), e tende a atrair os Espíritos bons; os Espíritos bons estimulam e alimentam o sentimento do bem tanto nas pessoas quanto nas coletividades, assim como outros Espíritos (imperfeitos) podem alimentar as paixões grosseiras tanto nas pessoas quanto nas coletividades.

 

519.

As aglomerações (grupos) de indivíduos, como as sociedades, as cidades, e as nações, tem Espíritos protetores especiais?

 

Sim. Aquelas aglomerações (grupos) de homens são como uma "individualidade coletiva" que está caminhando para um objetivo comum, e por isso aquelas aglomerações (grupos) de homens precisam de uma direção (supervisão) superior.

 

520.

Os Espíritos protetores das coletividades (grupos humanos) são de uma natureza mais elevada do que os Espíritos que se ligam (acompanham) aos indivíduos?

 

Tudo é relativo ao (depende do) grau de adiantamento (espiritual), quer seja o grau de adiantamento (espiritual) das coletividades (grupos humanos), quer seja o grau de adiantamento (espiritual) dos indivíduos.

 

521.

Certos Espíritos podem ajudar no progresso das artes (por exemplo), protegendo as pessoas que se dedicam às artes?

 

Sim, há Espíritos protetores especiais que ajudam as pessoas que invocam (chamam) aqueles Espíritos. Aqueles Espíritos – então – ajudam aquelas pessoas se elas merecerem a ajuda daqueles Espíritos. Aqueles Espíritos não podem fazer nada (não podem ajudar) quando são invocados (chamados) por pessoas que pensam ser o que não são [28]. Não cabe (não é dever) àqueles Espíritos a tarefa de fazer com que cegos vejam, nem a tarefa de fazer com que os surdos ouçam.

 

 

 

 

Os (povos) antigos transformaram (fizeram) esses Espíritos (protetores especiais) em divindades especiais. As musas [29] não eram nada além de uma personificação (representação em forma humana) simbólica (alegórica) dos Espíritos protetores das ciências e das artes, da mesma forma que os deuses Lares [30] e Penates [31] simbolizavam os Espíritos protetores da família.

 

Nos dias modernos existem os "patronos" das artes, das diferentes indústrias (atividades), das cidades, e dos países. Os "patronos" não são nada além do que Espíritos superiores que receberam vários nomes dados pelos homens.

 

Todo homem tem Espíritos que simpatizam com aquele homem. Então é claro que no caso das coletividades (grupos humanos) há Espíritos que simpatizam com aquelas coletividades de acordo com o traço (caráter) comum das pessoas que formam aquelas coletividades. Aqueles Espíritos são atraídos para aquelas coletividades por causa dos gostos e dos pensamentos que são compartilhados entre aqueles Espíritos e aquelas coletividades. Resumindo, esses agregados (grupos) de pessoas (e também as pessoas que formam esses grupos humanos) são mais ou menos ajudados e influenciados por aqueles Espíritos de acordo com a natureza dos pensamentos dominantes (mais fortes) entre as pessoas que formam aqueles grupos humanos.

 

No caso dos povos, o que determina a atração de Espíritos (simpáticos) são os costumes dos povos, os hábitos dos povos, o caráter dominante (mais forte) nos povos, e principalmente as leis dos povos porque o caráter de um povo se reflete (aparece) nas leis daquele povo.

 

Quando os homens fazem a justiça reinar entre os homens, os homens combatem a influência dos Espíritos maus (imperfeitos). Em um povo onde as leis consagram (autorizam) coisas injustas e contrárias ao sentimento de humanidade, os Espíritos bons (que tentam influenciar aquele povo para o bem) ficam em minoria; então, os Espíritos maus (imperfeitos) afluem (se aproximam) daquele povo (injusto) e mantém aquele povo preso às suas idéias (injustas), paralisando as boas influências parciais (dos Espíritos bons); aquelas boas influências se perdem no conjunto (como espigas perdidas no meio de espinheiros).

 

Ao estudar (observar) os costumes dos povos (ou de qualquer reunião de homens), uma idéia pode ser facilmente formada sobre a população oculta (de Espíritos) que se mete nos pensamentos e nos atos das pessoas daqueles povos.

 

 


 

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[1]        Ver questões 100 a 113 sobre "escala espírita".

[2]        DOUTRINA: reunião dos fundamentos e / ou idéias que, por serem essenciais, devem ser ensinadas; o conjunto do que se utiliza para ensinar; disciplina; crença ou reunião das crenças que são tidas como verdadeiras pelas pessoas que nelas acreditam.

[3]        No caso, a expressão "olhar de Deus" é uma "força de expressão" e significa de fato "olhar do Espírito" que pode ver coisas que os homens não podem ver, e pode até mesmo ver coisas que os homens gostariam que ficassem escondidas.

[4]        Sic Erat Scriptum: traduzido como "assim estava escrito".

[5]        Nas questões 123, 270, e 436 parece existir uma certa irritação, ou aborrecimento, ou impaciência nas respostas dadas pelos Espíritos (superiores). Portanto, a afirmação de que os Espíritos (protetores) não se cansam das perguntas que são feitas para eles não parece ser exatamente correta. Por outro lado, não deve ser esquecido que as respostas dadas pelos Espíritos (superiores) às perguntas que estão no Livro dos Espíritos foram dadas por diversos Espíritos diferentes. Por essa razão, enquanto um Espírito (superior) pudesse ter tido um pouco mais de paciência com uma pergunta, um outro Espírito (superior) talvez não tivesse a mesma paciência se este Espírito estivesse respondendo àquela mesma pergunta.

[6]        Sic Erat Scriptum: traduzido como "assim estava escrito".

[7]        Ver questão 282.

[8]        Ver também questão 507. Somente um Espírito imperfeito poderia desejar praticar o mal, ou poderia praticar o mal de fato. Portanto essa pergunta de Allan Kardec não faz muito sentido porque a pergunta dá a entender que um Espírito imperfeito poderia ser um Espírito protetor. Ver questão 493 ("um Espírito protetor fica obrigado a ajudar o seu protegido").

[9]        Ver questões 493a e 495.

[10]       Por exemplo, se um homem está ocupado em praticar o bem, então aquele homem não tem necessidade da presença ou da ajuda de seu Espírito protetor.

[11]       Sic Erat Scriptum: traduzido como "assim estava escrito". Aqui está sendo entendido que "responsabilidades" tenha o sentido de "merecimentos". Se um homem é o responsável por uma boa ação, então o homem também tem merecimento por aquela boa ação.

[12]       Ver também questão 461 sobre "influência oculta dos Espíritos em nossos pensamentos e atos".

[13]       Por exemplo, o nome de um santo.

[14]       Por exemplo, se um Espírito diz ser São Francisco de Assis, isso não significa que aquele Espírito seja de fato o Espírito de São Francisco de Assis. Acontece – então – que aquele Espírito é um Espírito simpático ao Espírito de São Francisco de Assis (estão no mesmo grau de elevação espiritual), e – principalmente – aquele Espírito simpático tem autorização para usar o nome de São Francisco de Assis (e pode até mesmo acontecer que o Espírito de São Francisco de Assis tenha pedido que seu nome fosse usado por aquele Espírito simpático).

[15]       Ver questões 100 a 113 sobre "escala espírita".

[16]       Portanto, os Espíritos superiores indiretamente confirmaram que (atendidas certas condições): (1) nem todos os Espíritos protetores são Espíritos superiores; (2) um Espírito que pertença à uma classe intermediária (da escala espírita) pode ser um Espírito protetor. Ver também questão 508.

[17]       Essa questão é praticamente idêntica à questão anterior (507). Com base na resposta dada pelos Espíritos superiores, nesta questão está sendo entendido que Allan Kardec esteja perguntando sobre o período de tempo logo após a morte (física).

[18]       Quando um Espírito desencarna, o Espírito passa por um período de perturbação (confusão) que pode prejudicar a liberdade de ação daquele Espírito. A duração daquele período de perturbação do Espírito varia muito conforme cada caso. Ver questões 163 a 165 "perturbação que se segue à morte".

[19]       O objetivo da missão de um Espírito protetor depende do adiantamento (espiritual) do protegido daquele Espírito protetor. A missão de um Espírito protetor de um homem muito adiantado (espiritualmente) tem um objetivo que certamente é diferente do objetivo da missão de um Espírito protetor de um homem selvagem. Por exemplo, um homem muito adiantado (espiritualmente) estará lidando com questões (lições) mais elevadas do caminho espiritual, enquanto que um homem selvagem ainda estará lidando com questões (lições) mais básicas do caminho espiritual.

[21]       Ver também questão 494.

[22]       Ver também questões 466 a 472 sobre "influência oculta dos Espíritos em nossos pensamentos e atos".

[23]       Quando os Espíritos superiores responderam a esta pergunta de Allan Kardec sobre "Espírito protetor", os Espíritos superiores de certa forma ampliaram o significado (dado até então) da idéia de "Espírito protetor" (ver questões 489 a 492). Até então o significado de "Espírito protetor" era de um Espírito (mais elevado) mais ou menos "dedicado" acompanhando um homem durante toda a existência física daquele homem. Nesta resposta os Espíritos superiores classificaram como "Espírito protetor" todo e qualquer Espírito que simpatize com um homem, quer aqueles Espíritos simpáticos acompanhem ou não o homem durante toda a existência física do homem (ver questões 484 a 486 sobre "afeição que os Espíritos dedicam a certas pessoas").

[24]       Sic Erat Scriptum: traduzido como "assim estava escrito".

[25]       Por exemplo, se a natureza (caráter) de um homem se modifica, esse homem deixa de ser "simpático" aos Espíritos que antes se sentiam atraídos para aquele homem. Se um homem tem um caráter mau e se modifica, passando a ter um caráter bom, então os Espíritos "simpáticos" que antes se sentiam atraídos por aquele caráter mau do homem irão se afastar daquele homem.

[26]       Ver também questão 466.

[27]       Ver também questões 459 a 461 sobre "influência oculta dos Espíritos em nossos pensamentos e atos".

[28]       Se uma pessoa (apenas) se imagina como sendo uma pessoa que é uma pessoa dedicada às artes (por exemplo), sem que aquela pessoa seja realmente dedicada às artes como aquela pessoa se imagina, e se aquela pessoa pede ajuda de um Espírito protetor (das artes), aquele Espírito protetor não tem condições de ajudar aquela pessoa porque aquela pessoa não poderia aproveitar a ajuda que fosse dada por aquele Espírito (além de não merecer a ajuda).

[29]       MUSA: (mitologia) cada uma das nove deusas que guiavam as ciências e as artes; suposta divindade ou gênio que inspira a poesia; tudo o que pode inspirar um poeta; gênio de cada poeta.

[30]       LARES: deuses familiares, deuses protetores do lar ou da família, entre os etruscos e entre os romanos.

[31]       PENATES: entre os romanos e os etruscos, os deuses do lar ou deuses que protegiam o lar.

 

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