Parte II: O mundo espírita – Capítulo VIII: Emancipação da alma – Resumo teórico do sonambulismo, do êxtase, e da segunda vista (clarividência)

Livro dos Espíritos: linguagem simplificada - Resumo teórico do sonambulismo, do êxtase, e da segunda vista (clarividência)

 

Resumo teórico do sonambulismo, do êxtase, e da segunda vista (clarividência)

 

455.

Os fenômenos que ocorrem por causa do sonambulismo natural são produzidos espontaneamente (por conta própria) e não dependem de qualquer causa exterior (ao sonâmbulo) que seja conhecida. Mas em certas pessoas que possuem uma organização física (corpo físico) especial, os fenômenos observados no sonambulismo natural podem ser provocados artificialmente através da ação de um agente magnético (sic [1]).

 

A única diferença entre o estado que é chamado de "sonambulismo magnético" e o estado de "sonambulismo natural" é que o "sonambulismo magnético" é provocado, enquanto o "sonambulismo natural" é espontâneo.

 

O sonambulismo natural é algo bem conhecido, que ninguém pode pôr em dúvida apesar do aspecto maravilhoso (assombroso) de todos os fenômenos que acontecem por causa do sonambulismo natural. Por que, então, o sonambulismo magnético seria mais extraordinário (do que o sonambulismo natural) ou por que seria irracional? Apenas porque o sonambulismo magnético é produzido artificialmente (como tantas outras coisas são)?

 

Algumas pessoas argumentam que os charlatões exploram (tiram vantagem) do sonambulismo magnético. Essa é uma razão a mais para não deixar o sonambulismo magnético nas mãos de charlatões. Quando o sonambulismo magnético estiver aos cuidados da Ciência, os charlatões terão muito menos crédito com as massas populares. Enquanto isso não acontece, o sonambulismo (natural ou artificial) vai ganhando terreno (divulgação e aceitação) pois o sonambulismo é um fato, e contra fatos não há raciocínio possível (argumentos), apesar da má vontade (oposição) de algumas pessoas. O sonambulismo vai ganhando terreno no meio da própria Ciência, onde vai entrando (aos poucos) através de uma imensidade de pequenas portas, ao invés de entrar (de uma vez) através de uma porta larga. Quando o sonambulismo estiver aos cuidados da Ciência, todas as pessoas terão que reconhecer o devido valor do sonambulismo.

 

Para o Espiritismo, o sonambulismo é mais do que um fenômeno fisiológico (do corpo físico). Para o Espiritismo, o sonambulismo é uma luz lançada sobre a psicologia (sic [2]). É no sonambulismo que a alma pode ser estudada porque é no sonambulismo que a alma se mostra mais às claras (para os homens).

 

Ora, a clarividência (que é independente dos órgãos físicos comuns da visão) é um dos fenômenos mais típicos manifestados pela alma. As pessoas que se opõem a esse fato (clarividência) argumentam que o sonâmbulo [3] nem sempre vê como se estivesse usando os olhos físicos, e nem sempre vê conforme a vontade [4] de alguém que estivesse observando o sonâmbulo. Se os meios (para a visão do sonâmbulo em ambas as situações, com e sem o uso dos olhos físicos) são diferentes, é de se espantar que os efeitos (resultados da visão do sonâmbulo) sejam diferentes? Faz sentido querer os mesmos efeitos (resultados da visão do sonâmbulo) quando há um instrumento (olhos físicos) e quando não há o instrumento? A alma tem as suas propriedades, assim como os olhos físicos têm as suas propriedades. É necessário julgar (avaliar) cada caso por si mesmo, e não usando analogias (comparações).

 

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A clarividência do sonâmbulo magnético e a clarividência do sonâmbulo natural têm sua origem em uma mesma causa. A clarividência é um atributo (qualidade) da alma (que é a mesma tanto no sonambulismo natural quanto no sonambulismo magnético). A clarividência é uma faculdade (capacidade) que faz parte do ser incorpóreo (a alma) que existe em nós. Os limites da clarividência são exatamente os limites da própria alma. O sonâmbulo vê o que existe e o que acontece em todos os lugares para onde a alma do sonâmbulo possa se transportar, qualquer que seja a distância.

 

No caso de visão à distância, o sonâmbulo não vê as coisas do ponto de vista do lugar onde o corpo físico do sonâmbulo está (como se o sonâmbulo estivesse usando um telescópio para ver as coisas distantes). O sonâmbulo vê as coisas distantes como se o sonâmbulo estivesse fisicamente no lugar onde aquelas coisas existem porque – na realidade – alma do sonâmbulo está no lugar onde aquelas coisas existem. Por isso (afastamento da alma) é que o corpo físico do sonâmbulo fica como se estivesse abatido e impossibilitado de registrar sensações até que a alma do sonâmbulo retorne completamente para o seu corpo físico. Esta separação da alma e do corpo físico do sonâmbulo é um estado anormal que pode ter uma duração mais ou menos longa (mas não indefinida). É por isso (afastamento da alma do corpo físico) que o corpo físico do sonâmbulo fica cansado depois de um certo tempo (de separação da alma e do corpo físico), principalmente se a alma do sonâmbulo está executando algum trabalho ativo.

 

A visão da alma (ou do Espírito) não é limitada (no espaço ou no tempo). Não existe um órgão que seja responsável pela visão da alma. É por isso que os sonâmbulos não sabem dizer qual é o órgão que é responsável pela visão da alma. Os sonâmbulos veem porque veem, sem saberem dizer o motivo porque veem, sem saberem dizer o modo como veem, uma vez que para os sonâmbulos (na condição de Espíritos afastados do corpo físico) a visão não precisa de um ponto central (como os olhos físicos). Se (quando) os sonâmbulos tentam explicar o ponto central da visão da alma fazendo comparações com o corpo físico, os sonâmbulos dizem que aquele ponto central (da visão da alma) parece estar no local do corpo físico onde a atividade vital (sic [5]) é maior (principalmente no cérebro), ou parece estar na região do estômago, ou parece estar no órgão do corpo físico que é (para eles) o ponto de ligação mais forte entre o Espírito e o corpo físico.

 

O poder (alcance) da lucidez (clareza de percepção e de entendimento) dos sonâmbulos têm limites. Mesmo quando o Espírito está completamente livre (do corpo físico), os conhecimentos e as faculdades (capacidades) do Espírito (encarnado ou não) são limitados de acordo com o grau de perfeição (moral) que o Espírito tenha alcançado. Os conhecimentos e as faculdades (capacidades) do Espírito são ainda mais limitados quanto mais o Espírito esteja ligado à matéria, e quanto mais o Espírito esteja sob a influência da matéria. É por essa razão que a clarividência dos sonâmbulos não é universal (nem todos os sonâmbulos têm a capacidade da clarividência). É por essa razão que a clarividência dos sonâmbulos se engana algumas vezes. Quanto mais a clarividência dos sonâmbulos for utilizada para fins que não sejam fins corretos (aqueles fins por que a Providência divina deu a clarividência para os homens), quanto mais a clarividência dos sonâmbulos for utilizada apenas por motivo de curiosidade ou por motivo de experimentação, tanto menos confiança se poderá ter na clarividência dos sonâmbulos.

 

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O Espírito do sonâmbulo entra em um estado de desprendimento (parcial) do corpo físico, e por isso o Espírito do sonâmbulo consegue se comunicar mais facilmente com os outros Espíritos (encarnados ou não). Essa comunicação do Espírito do sonâmbulo com os outros Espíritos acontece através dos fluidos (sic [6]) que fazem parte do perispírito e que servem de meio de transmissão do pensamento (como um fio elétrico que transmite a eletricidade). Portanto, o sonâmbulo não precisa que palavras articuladas (faladas) sejam usadas para que os pensamentos sejam revelados para o sonâmbulo. O sonâmbulo sente e adivinha aqueles pensamentos. É isso que faz com que o sonâmbulo seja extremamente sensível (impressionável) e sujeito às influências da atmosfera moral ao redor do sonâmbulo. É essa também a razão porque uma assistência numerosa (de pessoas ao redor), e a presença de curiosos (mais ou menos com um certo grau de maldade), prejudicam bastante a manifestação (desenvolvimento) das faculdades (capacidades) do sonâmbulo; nesta situação as faculdades do sonâmbulo ficam retraídas (reduzidas). As faculdades do sonâmbulo só se desdobram com toda a liberdade (só se revelam completamente) em um ambiente íntimo e simpático. A presença de pessoas mal intencionadas ou antipáticas (ao redor do sonâmbulo) produz no sonâmbulo um efeito igual ao efeito do contato de uma mão na pessoa sensitiva (sic [7]).

 

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O sonâmbulo vê ao mesmo tempo o seu próprio Espírito (perispírito) e o seu corpo físico. O Espírito e o corpo físico do sonâmbulo são como dois seres que representam a existência dupla do sonâmbulo (a existência corporal e a existência espiritual); entretanto, aquelas duas existências se confundem (misturam) através dos laços que ligam aquelas duas existências (os laços que ligam um Espírito ao corpo físico). Nem sempre o sonâmbulo tem consciência dessa situação, e essa dualidade faz com que o sonâmbulo muitas vezes fale de si mesmo como se falasse de uma outra pessoa. Acontece – então – que em um momento é o ser corpóreo que fala com o ser espiritual, e em outro momento é o ser espiritual que fala com o ser corpóreo.

 

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Em cada uma de suas existências corporais o Espírito consegue um pouco mais de conhecimentos e de experiência. Quando o Espírito está encarnado em matéria (corpo físico) muito grosseira, o Espírito encarnado esquece uma parte dos conhecimentos e das experiências que o Espírito conseguiu em suas existências físicas passadas [8], mas o Espírito se lembra daqueles conhecimentos e daquelas experiências como Espírito (livre). É por isso que certos sonâmbulos parecem ter conhecimentos acima do grau de instrução que aqueles sonâmbulos possuem (como homens). É por isso que certos sonâmbulos parecem ter conhecimentos que são superiores às capacidades intelectuais daqueles sonâmbulos (como homens). Portanto, a inferioridade intelectual e científica (de conhecimentos) que o sonâmbulo demonstra ter quando o sonâmbulo está acordado não pode ser usada para chegar à conclusão alguma sobre os conhecimentos que o sonâmbulo possa revelar quando o sonâmbulo está no estado de lucidez (quando o Espírito do sonâmbulo está afastado do corpo físico). Conforme as circunstâncias e conforme o objetivo, o sonâmbulo pode obter conhecimentos (informações) de sua própria experiência (passada, como Espírito), ou pode usar sua clarividência para obter conhecimentos (informações) sobre assuntos de sua existência física atual, ou pode obter conhecimentos dos conselhos que o sonâmbulo receba de outros Espíritos (encarnados ou não). As coisas que um sonâmbulo diz são mais ou menos corretas dependendo do maior ou menor grau de adiantamento (intelectual e moral) do Espírito do sonâmbulo.

 

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Através dos fenômenos do sonambulismo (natural e magnético) a Providência (divina) dá uma prova irrecusável da existência da alma e da independência da alma, e permite que os homens assistam ao espetáculo grandioso da emancipação (liberdade) da alma. Dessa maneira a Providência (divina) abre para os homens o livro do destino dos homens (sic [9]). Quando o sonâmbulo descreve o que está acontecendo em um lugar distante, é óbvio que o sonâmbulo está de fato vendo o que acontece naquele lugar distante, mas o sonâmbulo não está vendo com os olhos do corpo físico. O sonâmbulo vê a si mesmo (perispírito e corpo físico) e se sente transportado (levado) ao lugar onde o sonâmbulo vê as coisas que ele está descrevendo. Alguma parte do sonâmbulo está no lugar (distante) onde acontecem as coisas que o sonâmbulo descreve, e como essa parte (afastada) do sonâmbulo não pode ser o corpo físico do sonâmbulo, essa parte do sonâmbulo necessariamente é a alma (ou Espírito) do sonâmbulo. Enquanto os homens buscam as causas da existência moral dos homens e se perdem nas sutilezas [10] (labirintos) de uma metafísica abstrata [11] muito difícil de ser compreendida, Deus todos os dias coloca ao alcance das mãos dos homens, sob a vista dos homens, os meios mais simples e patentes (claros) para os homens estudarem a psicologia experimental (sic [12]).

 

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O êxtase é o estado em que a independência que a alma tem do corpo físico se manifesta de forma mais sensível (mais fácil de ser percebida) e se torna palpável de certa forma [13].

 

No sonho e no sonambulismo a alma vaga pelas regiões terrestres (da Terra, e de outros mundos). No estado de êxtase a alma penetra (entra) em um mundo desconhecido (para os homens), o mundo dos Espíritos etéreos (sic [14]), e a alma – então – se comunica com aqueles Espíritos. Mas mesmo assim a alma não pode ultrapassar certos limites, porque se a alma fosse além daqueles limites, os laços que prendem a alma ao corpo físico seriam rompidos (quebrados). No estado de êxtase em que alma está, a alma fica cercada de um brilho resplandecente (como o do Sol, por comparação simples) a que a alma não está acostumada, a alma fica extasiada (deslumbrada) com harmonias (músicas) que são desconhecidas na Terra, e a alma fica invadida de um bem-estar que não pode ser descrito. A alma goza (desfruta) por antecipação da beatitude [15] celestial, e bem se pode dizer que alma coloca um pé na porta de entrada da eternidade.

 

No estado de êxtase, o corpo físico fica quase completamente aniquilado (abatido). Pode ser dito que no estado de êxtase resta apenas a vida orgânica no corpo físico. É possível perceber (sic [16]) que a alma está presa ao corpo físico apenas por um fio que poderia ser rompido sem volta por meio de um esforço muito pequeno.

 

No estado de êxtase, todos os pensamentos terrestres (mundanos) desaparecem e são substituídos por um sentimento apurado (elevado) que é a verdadeira essência do nosso ser imaterial (Espírito). A pessoa em estado de êxtase se entrega à essa contemplação grandiosa (de sentimentos) e vê a vida física como uma parada temporária (no caminho espiritual). A pessoa em estado de êxtase considera os bens materiais, os males (dificuldades) da vida física, as alegrias grosseiras e as misérias deste mundo como sendo incidentes (acontecimentos) sem importância de uma viagem que tem um fim que a alma tem a felicidade de conseguir avistar (vislumbrar).

 

Acontece com as pessoas em estado de êxtase a mesma coisa que acontece com os sonâmbulos. As pessoas em estado de êxtase podem ter uma lucidez (clareza de percepção e de entendimento) mais ou menos perfeita, e podem ter um Espírito mais ou menos capaz de conhecer e compreender as coisas (conforme o Espírito seja mais ou menos elevado). Mas algumas vezes a pessoa em estado de êxtase tem mais exaltação (empolgação) do que uma verdadeira lucidez; ou melhor dizendo, a exaltação prejudica a lucidez da pessoa em êxtase. Por isso as revelações de uma pessoa em estado de êxtase são uma mistura de verdades e erros, uma mistura de coisas grandiosas e de coisas absurdas, e até mesmo de coisas ridículas.

 

A exaltação (empolgação) de uma pessoa em estado de êxtase é sempre uma causa (sinal) de fraqueza quando a pessoa em estado de êxtase não sabe controlar a própria exaltação. Os Espíritos inferiores costumam tirar proveito daquela fraqueza da pessoa em estado de êxtase para dominar (influenciar e controlar) a pessoa em estado de êxtase; para tirar proveito de uma pessoa em estado de êxtase, os Espíritos inferiores usam aparências que fazem com que a pessoa em estado de êxtase fique ainda mais presa às ideias e aos preconceitos que a pessoa em estado de êxtase tem quando a pessoa não está em êxtase. Isso (exaltação) é um perigo, mas nem todas as pessoas são assim. Cabe aos homens julgar (avaliar) as coisas friamente e pesar na balança da razão (raciocínio) o que uma pessoa em estado de êxtase revela (diz).

 

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A emancipação da alma (libertação parcial do corpo físico) às vezes acontece no estado de vigília e produz o fenômeno conhecido pelo nome de "segunda vista" (clarividência), que é a faculdade (capacidade) graças à qual a pessoa que possui a "segunda vista" ouve e sente coisas que estão além dos sentidos humanos (do corpo físico). A pessoa que tem a faculdade da "segunda vista" percebe as coisas que podem existir até onde a alma daquela pessoa possa chegar. A pessoa que tem a faculdade da "segunda vista" vê – por assim dizer – através da visão comum e vê através de uma espécie de miragem.

 

O estado físico da pessoa que tem a faculdade da "segunda vista" fica em um estado modificado que pode ser claramente observado quando o fenômeno da "segunda vista" acontece. Quando o fenômeno da "segunda vista" acontece, o olhar da pessoa fica com aparência de um olhar vago. A pessoa olha sem ver. Quando o fenômeno da "segunda vista" acontece, a fisionomia da pessoa mostra uma exaltação (empolgação). Quando o fenômeno da "segunda vista" acontece, pode ser observado que os órgãos visuais (olhos físicos) não participam do fenômeno (da "segunda vista") pois a visão que a pessoa tem continua apesar dos olhos físicos estarem fechados.

 

As pessoas que têm a faculdade da "segunda vista" pensam que a faculdade da "segunda vista" é uma coisa tão natural (normal) quanto a faculdade (capacidade) que todas as pessoas têm de ver. As pessoas que têm a faculdade da "segunda vista" pensam que aquela faculdade é um atributo (qualidade) de seus próprios seres e por isso não pensam que exista nada de excepcional naquela faculdade. Na maioria das vezes, as coisas vistas e observadas pela pessoa através da lucidez (clareza de percepção e de entendimento) temporária da faculdade da "segunda vista" são esquecidas pela pessoa; a lembrança daquelas coisas vai ficando cada vez mais vaga (apagada) e acaba por sumir completamente, como a lembrança de um sonho some.

 

O poder (capacidade de perceber detalhes) da "segunda vista" varia, indo desde uma sensação confusa até uma percepção clara e nítida das coisas presentes (ao redor) ou ausentes (distantes). Quando a "segunda vista" é rudimentar (simples e sem aprimoramento), a "segunda vista" permite que a pessoa (que tem aquela faculdade) tenha uma certa segurança, um certo tato (cuidado), uma certa perspicácia (facilidade de perceber e entender) nos atos praticados pela pessoa (o que pode ser chamado de "precisão de golpe de vista moral"). Quando a "segunda vista" é mais desenvolvida (aprimorada), a "segunda vista" desperta os pressentimentos na pessoa que tem aquela faculdade. Se a "segunda vista" for ainda mais desenvolvida, a pessoa que tem aquela faculdade pode ter conhecimento de coisas (desconhecidas) que já aconteceram ou de coisas que ainda vão acontecer.

 

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O sonambulismo (natural e artificial), o êxtase, e a "segunda vista" (clarividência) não passam de variedades ou modificações de uma mesma causa [17]. Aqueles fenômenos estão na natureza assim como os sonhos também fazem parte da natureza (são coisas naturais). Por essa razão aqueles fenômenos existiram em todos os tempos (desde a antiguidade até hoje). A história mostra que aqueles fenômenos foram sempre conhecidos, e até explorados desde a mais remota antiguidade. Os homens podem encontrar naqueles fenômenos a explicação para uma quantidade enorme de fatos (acontecimentos) que foram tidos como sobrenaturais por causa dos preconceitos dos homens.

 


 

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[1]

Sic Erat Scriptum: traduzido como "assim estava escrito".

 

[2]

Sic Erat Scriptum: traduzido como "assim estava escrito".

 

[3]

Neste resumo Allan Kardec parece estar tratando o sonambulismo e a clarividência como sendo a mesma coisa, como sendo sinônimos. Entretanto, sonambulismo e clarividência não são a mesma coisa na totalidade. Por exemplo, no sonambulismo o corpo físico precisa estar adormecido, na clarividência o corpo físico não precisa estar necessariamente adormecido. Na verdade, a clarividência é um fenômeno que pode acontecer durante o estado de sonambulismo; ou seja, a clarividência pode ser uma das consequências do estado de sonambulismo.

 

[4]

Aqui é entendido "... nem sempre vê alguma coisa como um observador esperaria que aquela coisa fosse vista ...".

 

[5]

Sic Erat Scriptum: traduzido como "assim estava escrito".

 

[6]

Sic Erat Scriptum: traduzido como "assim estava escrito".

 

[7]

Sic Erat Scriptum: traduzido como "assim estava escrito".

 

[8]

Ver questões 392 a 399 sobre "esquecimento do passado".

 

[9]

Sic Erat Scriptum: traduzido como "assim estava escrito". Allan Kardec usou "linguagem poética" quando ele empregou a expressão "livro do destino dos homens". Daí não está perfeitamente claro o que Allan Kardec quis dizer exatamente nem com a palavra "livro", nem com a palavra "destino". Neste caso, tanto a palavra "livro" quanto a palavra "destino" podem ter muitas interpretações (significados) diferentes.

 

[10]

SUTILEZA: opinião ou ponto de vista cujo entendimento é complexo. O que não se percebe facilmente.

 

[11]

METAFÍSICA: subdivisão fundamental da filosofia, caracterizada pela investigação das realidades que transcendem a experiência sensível, capaz de fornecer um fundamento a todas as ciências particulares, por meio da reflexão a respeito da natureza primária do ser.

 

[12]

Sic Erat Scriptum: traduzido como "assim estava escrito".

 

[13]

Quando um ser está em estado de êxtase, a independência que a alma tem do corpo físico é tão clara (para quem observa) que é praticamente impossível não dizer (saber, perceber, imaginar) onde começa uma (a alma) e onde termina o outro (o corpo físico). Nesse sentido é que a independência da alma se torna "palpável" de certa forma.

 

[14]

Sic Erat Scriptum: traduzido como "assim estava escrito".

 

[15]

BEATITUDE: estado constante de satisfação, de felicidade plena; expressão de tranquilidade.

 

[16]

Sic Erat Scriptum: traduzido como "assim estava escrito".

 

[17]

O sonambulismo (natural e artificial), o êxtase, e a "segunda vista" (clarividência) são fenômenos provocados por uma mesma razão: a independência da alma do corpo físico.

 

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