Parte III: Leis morais – Capítulo II: Lei de adoração – Adoração exterior
Adoração exterior
| 653. | A adoração (a Deus) precisa de manifestações exteriores? [1] | |
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| – | A adoração (a Deus) verdadeira é do coração. Em todas as ações do homem, o homem deve sempre se lembrar de que o Senhor está observando o homem (se comportar). |
| 653a. | A adoração exterior (a Deus) é útil? | |
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| – | Sim, se aquela adoração exterior (a Deus) não for apenas um simulacro (encenação). Dar um bom exemplo (através das adorações exteriores, também) é sempre útil. Mas os homens que adoram exteriormente (a Deus) apenas por fingimento (afetação), e apenas por amor-próprio [2], estão desmentindo a piedade (devoção) aparente através dessa maneira de se comportar. Tais homens dão um mau exemplo e não imaginam o mal que estão causando. |
| 654. | Deus tem preferência pelos homens que o adoram desta ou daquela maneira? | |
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| – | Não perguntem se existe alguma forma de adoração (a Deus) que seja mais conveniente (melhor), porque isso é a mesma coisa que perguntar se agrada mais a Deus ser adorado em um certo idioma ao invés de ser adorado em um outro idioma.
Deus prefere (mais) os homens que o adoram do fundo do coração – com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal – do que prefere os homens que pensam que o estão honrando com cerimônias (cerimônias que não tornam tais homens melhores para com os seus semelhantes).
Todos os homens são irmãos e filhos de Deus. Deus atrai para Si todos os homens que obedecem Suas leis, qualquer que seja a forma que tais homens usem para obedecer Suas leis.
Quem resume sua piedade (devoção) a atos exteriores é um hipócrita. Todo homem que adora (a Deus) por fingimento (afetação) desmente sua piedade (devoção) através dessa maneira de se comportar, dando – assim – um mau exemplo.
Quem é orgulhoso, quem é invejoso e ciumento (cioso), quem é duro e implacável (impiedoso) com seu semelhante, quem é ambicioso dos bens deste mundo, mas que professa (declara) adorar o Cristo, tem a religião nos lábios e não na alma. Deus, que vê tudo, dirá: "quem conhece a verdade é cem vezes mais culpado do mal que pratica do que o selvagem ignorante que vive no deserto". No dia da justiça, quem é cem vezes mais culpado será tratado assim. Se um cego passa por uma pessoa e derruba a pessoa, a pessoa perdoa o cego; se uma pessoa que enxerga perfeitamente bem passar por alguém e derrubar aquele alguém, aquele alguém irá reclamar com razão.
Mais uma vez repetimos: se os cânticos (hinos) do homem não passarem pela porta do coração do homem, aqueles cânticos não chegarão até Deus. |
| 655. | Há pessoas que praticam uma religião em que a pessoa não acredita do fundo da alma, e que praticam aquela religião apenas para ter o respeito de seus semelhantes, e – assim – não escandalizar (chocar) seus semelhantes que pensam de maneira diferente. Tais pessoas merecem censura (recriminação)? | |
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| – | A intenção é a regra neste caso, da mesma forma que a intenção é a regra (para avaliar e pesar os atos) em muitas outras coisas.
Quem se comporta assim apenas para respeitar as crenças dos outros [3] não está se comportando mal. Se um homem age assim, tal homem está se comportando melhor do que alguém que ridicularize as crenças dos outros. Quem ridiculariza as crenças dos outros está faltando com a caridade.
Porém, um homem que pratique uma religião por interesse próprio, e por ambição, se torna um homem desprezível aos olhos de Deus e aos olhos dos outros homens. Deus não pode se agradar do homem que finge se humilhar diante Dele somente para conseguir o aplauso (aprovação) dos outros homens. |
| 656. | A adoração (a Deus) em comum (em grupos) é preferível (mais recomendada) à adoração individual? | |
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| – | Quando os homens se reúnem pela comunhão dos pensamentos e dos sentimentos (bons), os homens tem mais força para atrair (para si) os Espíritos bons. Acontece a mesma coisa quando os homens se reúnem para adorar a Deus. Mas isso não quer dizer que a adoração particular (a Deus) tem menos valor pois cada pessoa pode adorar a Deus pensando Nele. |
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[1] Os cultos e os rituais religiosos das igrejas, por exemplo, são manifestações exteriores de adoração a Deus.
[2] Por exemplo, alguém que adore exteriormente a Deus apenas para ser bem visto (como religioso) por seus semelhantes, está "adorando" a Deus apenas por amor-próprio (em benefício próprio).
[3] Por exemplo, o marido católico acompanhando a esposa em cultos evangélicos, ou vice-e-versa.
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