Introdução ao estudo da Doutrina Espírita - V
introdução, doutrina, manifestações, comunicações
Durante as manifestações utilizando a cesta ou a prancheta era necessário que o médium colocasse os dedos sobre a cesta ou sobre a prancheta – conforme orientação dada pelos Espíritos. Então foi percebido que a cesta era apenas uma espécie de continuação da mão do médium que a tocava; portanto, a cesta poderia ser deixada de lado, e o médium poderia segurar o lápis diretamente, sem necessidade da cesta. Quando o médium segurou o lápis com a mão, a mão do médium começou a mover-se por vontade própria, escrevendo no papel sem qualquer interferência do médium, e com grande agitação. Quando a cesta e a prancheta foram deixadas de lado nas comunicações, as comunicações se tornaram mais rápidas, mais fáceis, e mais completas. Hoje essa é a forma utilizada nas comunicações por escrito; há muitas pessoas com essa capacidade mediúnica da escrita, e o número de pessoas com essa capacidade aumenta todos os dias. Esse tipo de experiência – sem a utilização de objetos – revelou que existia outros tipos de capacidade mediúnica, onde as comunicações podiam ser realizadas da mesma forma através da escrita, pela audição, pela visão, pelo tato, etc.. Em alguns casos a comunicação era realizada através de escrita realizada diretamente pelos Espíritos, sem a necessidade nem da mão do médium e nem do lápis.
Com o fato estabelecido, era essencial determinar qual seria o papel do médium nas respostas às perguntas, e qual influência o médium poderia ter no fenômeno, tanto fisicamente quanto moralmente. Essas questões podem ser respondidas por duas circunstâncias muito importantes que ficam evidentes para um observador atento. A influência física do médium (mão) fica descartada quando é investigada a forma como a cesta se movia ao ser apenas tocada nas bordas pelos dedos do médium: seria impossível para o médium controlar o movimento da cesta apenas tocando nas bordas da cesta. Esse controle do movimento da cesta fica ainda mais difícil se dois ou três médiuns tocam as bordas da cesta ao mesmo tempo. Os médiuns teriam que estar em muita sintonia para conseguirem concordar o tempo todo sobre o movimento que a cesta deveria fazer. Além disso, eles teriam que ter também uma grande sintonia de pensamentos para – em silêncio – concordarem entre si sobre a resposta que deveria ser dada a cada uma das perguntas feitas. Se não bastasse isso, um outro fator apareceu para aumentar a dificuldade ou a impossibilidade da interferência física dos médiuns nas respostas: a caligrafia usada nas respostas mudava muito, de acordo com o Espírito que estivesse se manifestando; não apenas isso, quando um determinado Espírito se manifestava, a caligrafia daquele Espírito era sempre a mesma. Para que um médium fosse capaz de interferir fisicamente nas respostas, o médium teria que ser capaz de reproduzir dezenas de caligrafias bastante diferentes entre si, além de ter que lembrar-se qual caligrafia era utilizada por qual Espírito.
A questão da influência moral dos médiuns nas respostas pode ser esclarecida olhando para a natureza das respostas, especialmente quando as perguntas são abstratas e científicas. Muitas vezes as perguntas e as respostas iam além da capacidade intelectual do médium, ou além dos conhecimentos do médium, sem falar que não era raro que o médium sequer tivesse consciência do que estava sendo perguntado e respondido através dele. Muitas vezes o médium não entendia nem mesmo a pergunta feita, que podia – inclusive – ser feita em um idioma que o médium não conhecia, ou mesmo podia ser feita mentalmente por alguém que estivesse presente e quisesse saber a resposta; até mesmo a resposta podia ser dada em um idioma que o médium não conhecia. Por fim, era comum acontecer algo totalmente inesperado: a cesta começava a espontaneamente escrever um texto sobre algum assunto qualquer sem que ninguém tivesse feito qualquer pergunta.
Em certos casos as respostas causavam admiração pois continham muita sabedoria, muita profundeza, sendo espantosamente apropriadas aos assuntos sendo tratados; revelavam pensamentos tão elevados, tão sublimes, que não poderiam vir senão de uma inteligência superior dotada da mais pura moralidade. Em outras ocasiões as respostas eram tão levianas, tão frívolas, tão banais, que era impossível achar que elas tivessem sido dadas pelo mesmo Espírito. A única forma de explicar essas diferenças de linguagem e de forma de se expressar é admitir que elas vinham de seres inteligentes diferentes, e não de um único ser. Essas inteligências estariam no meio da humanidade ou fora dela? A resposta e a explicação completas para esta questão estão neste livro, e foram dadas pelos próprios Espíritos.
Fatos são fatos. Os fatos tratados até aqui não são comuns e vão além daqueles que estamos acostumados a observar; eles não ocorrem misteriosamente ou secretamente, muito pelo contrário eles podem ser vistos e constatados por todos à luz do dia; eles não são algum privilégio de algum indivíduo, tanto que os fenômenos podem ser repetidos à vontade por milhares de pessoas. Como tudo tem necessariamente uma causa, os fenômenos também devem ter uma causa; a partir do momento em que existe a manifestação de uma inteligência e de uma vontade por trás dos fenômenos, eles não podem mais ficar apenas no físico, apenas na matéria.
Apareceram muitas teorias para explicar os fenômenos. Vamos examinar cada uma para ver se aquelas teorias são capazes de explicar todos os fatos registrados. Enquanto isso, vamos admitir a existência de seres distintos dos humanos já que essa é – por enquanto – a explicação dada pelos seres inteligentes que se manifestam. Vejamos o que eles têm a dizer.
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