Parte II: O mundo espírita – Capítulo IV: Múltiplas existências – Sorte das crianças após a morte
Sorte das crianças após a morte
197. | O Espírito de uma criança muito nova que morre pode ser tão adiantado quanto o Espírito de um adulto? | |
| – | Algumas vezes o Espírito de uma criança é muito mais adiantado do que o Espírito de um adulto pois o Espírito que está encarnado (ainda) como criança pode já ter vivido muito mais (em existências passadas), e pode já ter conseguido muito mais experiência, ainda mais se o Espírito já progrediu nas existências físicas que já teve. |
197a. | Então o Espírito de uma criança pode ser mais adiantado do que o Espírito de seu pai? | |
| – | Isso acontece bastante. A mesma coisa também acontece bastante na Terra onde uma criança pode demonstrar estar à frente de seu pai (por exemplo, em inteligência). |
198. | O Espírito de uma criança que morreu muito nova pertence a alguma das categorias superiores de Espíritos já que a criança não teve oportunidade de praticar o mal? | |
| – | Se a criança não fez o mal, a criança também não fez o bem, e Deus não livra um Espírito das provas pelas quais o Espírito tem que passar (obrigatoriamente). Se o Espírito de uma criança que morre muito nova é um Espírito puro, o Espírito não é puro apenas porque estava encarnado como uma criança, mas sim porque o Espírito já havia progredido (antes) até à pureza. |
199. | Por que a vida (física) termina na infância com tanta frequência? | |
| – | A duração curta da vida (física) de uma criança pode representar, para o Espírito que estava encarnado como criança, a continuação de uma existência física anterior que foi interrompida antes do momento em que aquela existência anterior deveria terminar; para os pais a morte de uma criança muitas vezes é uma provação, ou é uma expiação. |
199a. | O que acontece com o Espírito de uma criança que morre muito pequena? | |||
| – | O Espírito começa outra existência (física). | ||
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Se o homem tivesse apenas uma existência física, e se a sorte do homem após a morte física fosse decidida para toda a eternidade com base (apenas) naquela única existência física do homem, qual seria o merecimento das crianças e dos homens adultos? As crianças poderiam desfrutar da felicidade eterna sem fazer esforços (para se melhorarem), e sem ter (com que direito?) que passar pelas condições duras (de vida) que um adulto tem que suportar? Se as coisas fossem assim, as coisas não corresponderiam à bondade de Deus.
Com a reencarnação há igualdade para todos. Com a reencarnação, o futuro de todos depende das mesmas condições, sem exceção e sem favores para quem quer que seja. Quem está menos adiantado só pode se queixar de si mesmo. O homem sempre tem um merecimento conforme seus atos, e da mesma forma o homem sempre tem a responsabilidade pelos seus atos.
Aliás, não é racional (não faz sentido) pensar na infância humana como um estado normal de inocência. Não há casos de crianças que mostram possuir os piores instintos em uma idade em que aqueles instintos não poderiam ter sido conseguidos pela educação (influência do meio ambiente)? Não há crianças que parecem trazer desde o berço a astúcia, a falsidade, a deslealdade e a traição, e até mesmo uma tendência para o roubo ou para o assassinato, mesmo que ao lado de tais crianças não faltem exemplos de boa conduta? A lei civil absolve tais crianças dos crimes que elas possam cometer porque a lei civil diz que os crimes foram cometidos sem discernimento (entendimento). A lei civil tem razão porque tais crianças de fato agiram mais por instinto do que com intenção. Mas de onde – então – vieram instintos tão diferentes em crianças diferentes da mesma idade e que foram educadas em condições idênticas, que tiveram as mesmas influências? De onde poderia vir a maldade precoce – que é observada em algumas crianças – senão da inferioridade do Espírito encarnado na criança (já que a educação não contribuiu em nada para isso)? A causa da maldade observada em algumas crianças é o pouco progresso (moral) do Espírito encarnado na criança. Por causa de uma falta de progresso espiritual, esses seres encarnados (ainda) como crianças sofrem as consequências dos atos de suas existências (físicas) anteriores, e não a consequência dos atos que estejam praticando como crianças.
Dessa forma a lei é uma só para todos, e dessa forma a justiça de Deus alcança a todos. |
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