Parte II: O mundo espírita – Capítulo VIII: Emancipação da alma – O sono e os sonhos

Livro dos Espíritos: linguagem simplificada - O sono e os sonhos

 

O sono e os sonhos

 

400.

O Espírito encarnado permanece de boa vontade no seu envoltório corporal (corpo físico)?

 

Esta pergunta é como perguntar se um prisioneiro gosta de ficar preso. O Espírito encarnado está sempre querendo ficar livre (do corpo físico). Quanto mais grosseiro é o envoltório corporal do Espírito, mais o Espírito deseja se ver livre daquele envoltório.

 

401.

A alma repousa como (com) o corpo (físico) durante o sono?

 

Não, o Espírito (encarnado) jamais está inativo (parado) [1]. Durante o sono (do corpo físico), os laços que prendem o Espírito ao corpo físico ficam mais frouxos, e o corpo físico não precisa mais da presença do Espírito [2]. O Espírito – então – se afasta do corpo físico e entra em relação (contato) mais direta com os outros Espíritos [3].

 

402.

Como podemos entender (compreender) a liberdade do Espírito (encarnado) durante o sono (do corpo físico)?

 

A liberdade do Espírito (encarnado) durante o sono (do corpo físico) pode ser entendida (compreendida) através dos sonhos.

 

Quando o corpo físico está repousando – acredite – o Espírito tem mais faculdades (capacidades) do que o Espírito tem quando o corpo físico não está dormindo. Quando o Espírito está afastado do corpo físico em repouso, o Espírito se lembra do passado, e algumas vezes o Espírito prevê o futuro. Nessa condição o Espírito tem mais potência (força, alcance) e pode entrar em comunicação com outros Espíritos (encarnados ou não), quer aqueles outros Espíritos sejam da Terra, quer aqueles outros Espíritos sejam de outros mundos (planetas).

 

Os homens dizem com frequência: "tive um sonho maluco, ou tive um sonho horrível, mas absolutamente inacreditável". Essa afirmação que os homens fazem é um engano. Essa afirmação que os homens fazem normalmente diz respeito à uma recordação dos lugares e das coisas que o Espírito (afastado do corpo físico) viu, ou que o Espírito verá em uma outra (nova) existência (física) ou em uma outra ocasião (futura) [4].

 

Quando o corpo físico está entorpecido (anestesiado) pelo sono, o Espírito trata de quebrar (afrouxar) as correntes que prendem o Espírito ao corpo físico, e o Espírito – então – investiga (olha) o passado ou o futuro.

 

Pobres dos homens que mal conhecem os fenômenos mais elementares (básicos) da vida! Os homens pensam que são muito sábios, mas as coisas mais simples deixam os homens confusos. Os homens não conseguem responder nada quando as crianças perguntam "o que fazemos quando dormimos?" ou "o que são os sonhos?".

 

O sono liberta parcialmente a alma do corpo (físico). Quando o homem dorme, o Espírito encarnado fica por algum tempo (quase) no estado em que o Espírito ficará permanentemente depois da morte do corpo físico. Os Espíritos que se desligam logo da matéria assim que o corpo físico morre, são Espíritos que tiveram sonos inteligentes (sic [5]) enquanto aqueles Espíritos ainda estavam encarnados. Quando o corpo físico está dormindo, esses Espíritos vão para junto dos seres (Espíritos) que são superiores a eles mesmos para viajarem (sic [6]), conversar, e se instruir. Esses Espíritos até mesmo trabalham em obras (tarefas) que esses Espíritos irão encontrar terminadas quando esses Espíritos retornarem para o mundo espiritual depois da morte do corpo físico. Esse é mais um exemplo de um motivo porque os homens não devem ter medo da morte (física), pois – como já disse um santo – "morremos todos os dias". Mas as coisas são assim (apenas) no caso dos Espíritos (mais) elevados.

 

As coisas são diferentes para a grande maioria dos homens que tem que passar longas horas no estado de perturbação (confusão) que acontece logo após a morte (física). Muitos Espíritos já falaram sobre aquele estado de perturbação e de incerteza que o Espírito atravessa logo após a morte (física). Quando o corpo físico está adormecido, esses Espíritos visitam mundos inferiores à Terra, atraídos por afeições antigas, ou procurando por prazeres (talvez) ainda mais baixos do que os prazeres que agradam aqueles Espíritos na Terra. Esses Espíritos vão atrás de doutrinas (crenças) ainda mais desprezíveis, mais repugnantes, e mais lamentáveis do que as doutrinas (crenças) que existem entre os homens. Para esses Espíritos, a simpatia que existe na Terra é criada pela ligação do coração que esses Espíritos tem (como homens) com as pessoas com quem aqueles Espíritos acabaram de passar oito ou nove horas de alegrias ou de prazeres.

 

Aquelas antipatias que não podem ser eliminadas também podem ser explicadas pelo fato de sentirmos em nosso íntimo ("bem lá no fundo") que os seres com quem antipatizamos tem uma consciência (forma de pensar) diferente da nossa [7]. Conhecemos (como são) aqueles seres sem nunca termos visto aqueles seres usando os olhos (físicos).

 

A indiferença (entre os seres) também pode ser explicada da mesma forma. Há homens que sabem que são queridos e amados por muitos seres, e por isso não se preocupam em conquistar novos amigos [8].

 

Em uma palavra: o sono influi na vida do homem muito mais do que o homem pensa.

 

Graças ao sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação (contato) com o mundo dos Espíritos. É por isso que os Espíritos superiores concordam em encarnar entre os homens (sem sentirem uma repulsa grande por isso). Deus quis que aqueles Espíritos superiores (em contato com os vícios dos homens) pudessem ir (durante o sono) se recuperar na fonte do bem, a fim de não falharem quando se ofereceram para educar os outros. O sono é a porta que Deus abriu para aqueles Espíritos (superiores) para que aqueles Espíritos possam ir se encontrar com seus amigos do céu: é um recreio depois do trabalho, enquanto aqueles Espíritos esperam a grande libertação (desencarnação) que levará aqueles Espíritos de volta para o meio a que pertencem.

 

O sonho é a lembrança do que o Espírito (afastado da matéria do corpo físico) viu durante o sono. Notem, porém, que os homens nem sempre sonham porque nem sempre os homens se lembram (em parte, ou totalmente) do que os homens viram enquanto estavam dormindo. Os sonhos dos homens nem sempre são uma lembrança das ações da alma no pleno desenvolvimento (liberdade) da alma (durante o sono). Muitas vezes os sonhos são apenas a lembrança da perturbação (confusão) que o Espírito experimenta quando o Espírito está se afastando do corpo físico durante o sono, ou a lembrança da perturbação que o Espírito experimenta quando o Espírito está retornando para o corpo físico no fim do sono; além disso, essas lembranças também são afetadas pelas ações e preocupações do homem quando o homem está acordado. Se não fosse assim, como os sonhos absurdos (tanto dos sábios quanto das pessoas simples e humildes) poderiam ser explicados? Acontece, também, que os Espíritos maus (imperfeitos) se aproveitam dos sonhos para atormentar as almas fracas e covardes.

 

De resto ainda falta dizer que dentro de pouco tempo [9] os homens verão o desenvolvimento (aparecimento) de outra espécie de sonhos. Mesmo que essa outra espécie de sonhos seja tão antiga quanto o tipo de sonhos que estamos tratando aqui, os homens desconhecem aquela outra espécie de sonhos. Estamos falando do tipo de sonhos de Joana (sic [10]), do tipo de sonhos de Jacoob [11], do tipo de sonhos dos profetas judeus, do tipo de sonhos de alguns adivinhos (videntes) indianos. Aquela espécie de sonhos são recordações guardadas por almas que se desprendem (libertam) inteiramente do corpo (durante o sono), são recordações dessa segunda vida (espiritual) que mencionamos há pouco.

 

Os homens devem tomar cuidado para separar essas duas espécies de sonhos [12] entre os sonhos que podem ser lembrados, pois – do contrário – os homens podem cair em contradições e em erros que podem prejudicar a fé dos homens..

 

 

 

 

Os sonhos são um efeito (consequência, subproduto) da emancipação (liberdade) da alma. A emancipação da alma é mais independente com a suspensão da vida ativa e de relação [13]. Aquela independência proporciona (para o Espírito) uma espécie de clarividência indefinida que alcança até os lugares mais afastados, e alcança até mesmo outros mundos (planetas). Aquela independência também proporciona (para o Espírito) uma lembrança que causa a recordação de acontecimentos na existência (física) atual e de acontecimentos em vidas (físicas) passadas.

 

As imagens singulares (incomuns) do que acontece, ou do que aconteceu em mundos desconhecidos, misturadas com coisas do mundo atual é que formam esses conjuntos (de imagens) estranhos e confusos onde as coisas parecem sem sentido e sem qualquer ligação entre si.

 

A incoerência (falta de lógica e de sentido) dos sonhos também pode ser explicada pelas lacunas (falhas) que existem na lembrança (incompleta) daquilo que aparece para o homem durante os sonhos. Os sonhos são algo parecido com uma narração (discurso) onde estão faltando frases ou trechos ao acaso. Se os pedaços daquela narração forem juntados depois, a narração não terá nenhum significado racional (lógico).

 

 

403.

Por que não nos lembramos sempre dos sonhos?

 

Naquilo que os homens chamam de "sono" só há o repouso do corpo (físico) pois o Espírito (encarnado) nunca para e está o tempo todo em atividade [14]. Durante o sono, o Espírito recobra um pouco da sua liberdade (de Espírito) e se comunica com os outros Espíritos de quem o Espírito gosta, seja na Terra ou fora dela. Mas como a matéria (do corpo físico) é pesada e grosseira, o corpo (cérebro) tem dificuldade em guardar as impressões (sensações) que o Espírito recebeu (enquanto o Espírito estava parcialmente livre durante o sono) porque o Espírito não recebeu aquelas impressões (sensações) através dos órgãos do corpo físico.

 

404.

O que deve ser pensado sobre os significados que os homens dão para os sonhos?

 

Os sonhos não são verdadeiros da forma como aquelas pessoas que leem sorte entendem os sonhos, pois é um absurdo acreditar que sonhar com uma coisa seja um sinal de alguma outra coisa.

 

Os sonhos são verdadeiros no sentido de que os sonhos mostram para o Espírito imagens que são reais, mas que – com bastante frequência – não tem nenhuma relação com o que acontece na vida corporal [15]. Com bastante frequência os sonhos são, como já dissemos, uma recordação. Por fim, algumas vezes os sonhos podem ser um pressentimento sobre o futuro (se Deus permitir), ou podem ser a visão de alguma coisa acontecendo (no momento do sonho) em outro lugar para onde a alma vai (durante o sono).

 

Não há muitos casos de pessoas que aparecem em sonho para seus amigos e parentes para avisar aqueles amigos e aqueles parentes sobre algo que está acontecendo com aquelas pessoas? O que são essas aparições senão as almas ou Espíritos daquelas pessoas se comunicando com entes queridos? Quando existe a certeza de que aquilo que foi sonhado realmente aconteceu, não fica provado que nada do que foi sonhado foi fruto da imaginação, ainda mais se o que foi visto em sonhos não foi sequer pensado quando se estava acordado?

 

405.

Acontece com frequência que em sonho são vistas coisas que parecem ser um pressentimento, mas que não se confirmam afinal. Qual é a causa disso?

 

Pode acontecer que aqueles pressentimentos acabem confirmando coisas que acontecem apenas na experiência (vida espiritual) do Espírito, e não na existência corporal do Espírito. Isto é, o Espírito (em sonho) vê aquilo que o Espírito deseja  [16] porque o Espírito procura aquilo que o Espírito deseja.

 

É preciso não esquecer que mesmo durante o sono (do corpo físico) a alma está mais ou menos sendo influenciada pela matéria e que – daí – a alma nunca se liberta completamente de suas idéias terrenas. Isso quer dizer que as preocupações da alma no estado de vigília podem fazer com que aquilo que o Espírito vê em sonho tenha a aparência daquilo que a alma deseja, ou a aparência daquilo que a alma tem medo. Isso é o que – de verdade – deve ser chamado de efeito da imaginação. Sempre que uma idéia causa uma preocupação forte no homem, tudo o que é visto pelo homem aparece ligado àquela idéia.

 

406.

Quando vemos em sonho pessoas vivas (que conhecemos muito bem) praticando atos que aquelas pessoas não pensam absolutamente em praticar, isso não é causado por imaginação pura?

 

Como pode ser dito "não pensam absolutamente em praticar"? O que se sabe sobre isso? Os Espíritos daquelas pessoas vem (em sonho) visitar o nosso Espírito e o nosso Espírito vai (em sonho) visitar os Espíritos daquelas pessoas, sem que o que aquelas pessoas pensam seja sempre conhecido. Além disso, de acordo com o que um homem deseja (pensa), não é raro que o homem imagine que um ato tenha sido praticado (foi praticado, ou está sendo praticado em outras existências – sic [17]) por esta ou aquela outra pessoa.

 

407.

O sono completo é necessário para a emancipação (liberdade) do Espírito?

 

Não. Basta que os sentidos (do corpo físico) fiquem entorpecidos (enfraquecidos, adormecidos) para que o Espírito recupere a liberdade. O Espírito aproveita todos os instantes de trégua que o corpo físico dá para que o Espírito recupere a liberdade. Basta que as forças vitais (do corpo físico) estejam enfraquecidas para que o Espírito se desprenda. O Espírito fica tanto mais livre quanto mais o corpo físico esteja enfraquecido.

 

 

 

 

É por isso que vemos imagens parecidas com as imagens que vemos nos sonhos quando estamos apenas adormecidos, ou quando estamos apenas em um estado de (grande) sonolência.

 

 

408.

Algumas vezes parece que ouvimos (em nossas mentes) palavras que são pronunciadas claramente e que não tem nenhuma ligação com o que nos preocupa. Qual a razão disso?

 

É fato. Os homens ouvem até mesmo frases inteiras, principalmente quando os sentidos (do corpo físico) começam a ficar adormecidos. Nessas situações, algumas vezes o que o homem está ouvindo é um eco fraco de alguma coisa que algum Espírito (querendo se comunicar) está dizendo para o homem.

 

409.

Outras vezes, em um estado que ainda não é bem o estado de adormecimento (completo), quando os olhos estão fechados, vemos imagens distintas (claras), vemos figuras e podemos perceber os mínimos detalhes daquelas figuras. O que acontece nesta situação? É de fato uma visão ou é imaginação?

 

Quando o corpo (físico) está adormecido, o Espírito procura se desprender (libertar). O Espírito se transporta (para onde deseja ir) e vê (o que há e o que existe no lugar para onde o Espírito se transportou). Se o sono (do corpo físico) fosse completo, já seria um sonho [18].

 

410.

Durante o sono, ou quando estamos apenas ligeiramente adormecidos, acontece também que temos idéias excelentes, mas aquelas idéias somem da nossa memória apesar de todos os esforços que fazemos para que aquelas idéias não desapareçam. De onde vem aquelas idéias?

 

Aquelas idéias vem da liberdade que o Espírito tem quando o Espírito se desprende (do corpo físico adormecido). Quando o Espírito está livre (do corpo físico), o Espírito desfruta de mais faculdades (capacidades). Frequentemente, aquelas idéias também são conselhos que outros Espíritos dão para o homem.

 

410a.

Para que servem essas idéias e esses conselhos se o homem não pode se lembrar delas e não pode tirar proveito delas?

 

Algumas vezes aquelas idéias dizem respeito mais ao mundo dos Espíritos do que ao mundo corporal. Porém, com mais frequência o Espírito mantém a lembrança daquelas idéias mesmo que o corpo (físico) tenha esquecido aquelas idéias. Aquelas idéias voltam para o homem como uma inspiração repentina no momento necessário (certo).

 

411.

Quando o Espírito (encarnado) está desprendido (livre) da matéria (do corpo físico) e agindo como Espírito (livre), o Espírito sabe qual será a época da sua morte (física)?

 

O Espírito (livre) frequentemente consegue pressentir (adivinhar) a época da sua morte (física). Algumas vezes pode acontecer que o Espírito tenha uma consciência nítida (clara) da época da sua morte (física), e – daí – quando o homem está em estado de vigília (acordado), o homem tem uma intuição sobre a época de sua morte (física). Por isso é que algumas pessoas prevêem com grande exatidão a data em que irão morrer (desencarnar).

 

412.

A atividade do Espírito (livre) durante o repouso ou durante o sono do corpo (físico) pode fatigar (cansar) o corpo?

 

Pode, pois o Espírito se acha preso (ligado) ao corpo (físico), como um balão amarrado a um poste. Assim como os sacolejos do balão abalam o poste, a atividade do Espírito (livre) age sobre o corpo (físico) e pode causar cansaço no corpo.

 


 

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[1]        Quando os Espíritos superiores dizem que o Espírito jamais está inativo (parado), os Espíritos estão falando dos Espíritos que estão encarnados (ver questão anterior onde os Espíritos superiores afirmam que o Espírito encarnado está sempre querendo ficar livre). Os Espíritos desencarnados que estão na erraticidade tem seus momentos de inatividade: ver questão 254 onde é afirmado "o Espírito não está (sempre) em atividade constante e – nesse sentido – o Espírito repousa".

[2]        Mesmo que o corpo físico não precise mais da presença do Espírito, ainda assim o Espírito continua ligado ao corpo físico mesmo que o Espírito se afaste do corpo físico.

[3]        Observar que os Espíritos superiores disseram "Espíritos" simplesmente: isso significa que durante o sono um Espírito afastado do seu corpo físico pode entrar em relação mais direta tanto com outros Espíritos desencarnados quanto com outros Espíritos encarnados.

[4]        Isso é relativo, como fica claro nas outras questões sobre o estado de sono e de sonhos (ver este trecho logo abaixo nesta questão, e ver questão 405). Neste ponto da explicação os Espíritos superiores estão falando sobre os sonhos que acontecem durante a fase de "sono profundo".

[5]        Sic Erat Scriptum: traduzido como "assim estava escrito". De acordo com a continuação da explicação dos Espíritos superiores, por "inteligentes" deve ser entendido "bem aproveitados".

[6]        Sic Erat Scriptum: traduzido como "assim estava escrito".

[7]        Observar que os Espíritos superiores ainda estão falando de seres (antipáticos) que os homens encontram quando os homens estão dormindo e seus Espíritos estão parcialmente livres e vagando pelo mundo espiritual.

[8]        Não está claro porque os Espíritos superiores incluíram esse assunto dentro de uma explicação sobre "sonhos". O entendimento é que o homem sabe que é amado e querido por muitos outros seres (desencarnados), e por isso o homem não se preocupa em fazer amigos entre os Espíritos encarnados (outras pessoas). O homem sabe que é amado e querido por muitos outros seres porque o homem se encontrou com aqueles outros seres enquanto o Espírito daquele homem estava parcialmente livre do corpo físico durante o sono.

[9]        O "Livro dos Espíritos" foi escrito por volta do ano 1860, e mesmo assim ainda não se vê notícias sobre o tipo de sonhos que os Espíritos superiores falaram. Vale lembrar que os Espíritos tem uma idéia bastante diferente sobre o "tempo", e "pouco tempo" é muito relativo: o que é "pouco tempo" para os Espíritos pode representar séculos para os homens.

[10]       Sic Erat Scriptum: traduzido como "assim estava escrito".

[11]       Jacó foi o filho gêmeo mais novo de Isaque e Rebeca. Ele é um dos três principais patriarcas do povo judeu, ao lado de seu pai, Isaque, e seu avô, Abraão. Certamente a história de Jacó é uma das mais conhecidas da Bíblia. A descendência de Jacó deu origem as doze tribos de Israel.

[12]       Os Espíritos superiores estão avisando para tomar cuidado não confundir o tipo de sonhos que já é conhecido pelos homens ("sonho comum"), com o tipo de sonhos que ainda é desconhecido para os homens ("sonho profético"). Quando os "sonhos proféticos" começarem acontecer e começarem a ser revelados, é importante não confundir o relato de um "sonho comum" com um "sonho profético".

[13]       Suspensão da vida ativa não significa interrupção da vida. Neste caso, a expressão "suspensão da vida ativa" está sendo usada como sinônimo de "estado do sono" (ou simplesmente "sono". Também não está claro o que Allan Kardec quis dizer com "suspensão de relação": provavelmente a expressão "suspensão de relação" está sendo usada com o significado de "interrupção temporária das relações sociais terrenas".

[14]       Quando os Espíritos superiores dizem que o Espírito nunca para e está sempre em atividade, os Espíritos estão falando dos Espíritos que estão encarnados (ver questão 400 onde os Espíritos superiores afirmam que o Espírito encarnado está sempre querendo ficar livre). Os Espíritos desencarnados que estão na erraticidade tem seus momentos de inatividade: ver questão 254 onde é afirmado "o Espírito não está (sempre) em atividade constante e – nesse sentido – o Espírito repousa".

[15]       Novamente, isso é relativo, como fica claro nas outras questões sobre o estado de sono e de sonhos (ver questão 405 e 402). Neste ponto da explicação os Espíritos superiores estão falando sobre os sonhos que acontecem durante a fase de "sono profundo".

[16]       Isso quer dizer que o Espírito (afastado do corpo físico durante o sono) pode confundir uma ilusão que o Espírito esteja tendo com a realidade (porque aquilo que o Espírito deseja se torna realidade para o Espírito, sem querer dizer que aquilo seja realidade de fato). Usando um exemplo bem simples: se um Espírito desejasse que o céu fosse da cor amarela, o Espírito veria o céu com a cor amarela.

[17]       Sic Erat Scriptum: traduzido como "assim estava escrito".

[18]       Os Espírito superiores não responderam à pergunta diretamente, mas pela resposta é possível concluir que as imagens que os homens veem quando estão parcialmente adormecidos são de fato imagens que o Espírito (parcialmente desprendido do corpo físico) vê nos lugares para onde o Espírito vai naquele estado de desprendimento (liberdade) parcial.

 

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