Parte III: Leis morais – Capítulo IV: Lei de reprodução – Obstáculos à reprodução
Obstáculos à reprodução
693. | As leis e os costumes dos homens que procuram criar, ou que causam obstáculos para a reprodução, são leis e costumes contrários à lei da natureza? | |
| – | Tudo o que embaraça (atrapalha) a natureza em sua marcha é contrário à lei geral (maior). |
693a. | Entretanto, há espécies de seres vivos, de animais e de plantas que podem ser nocivas (causar mal) para outras espécies (podendo até mesmo causar mal para o próprio homem) se aquelas espécies de seres vivos, de animais e de plantas se reproduzirem sem controle. Se o homem impede a reprodução daquelas espécies de seres vivos, de animais e de plantas, o homem está praticando um ato repreensível (condenável)? | |
| – | Deus concedeu (deu) para o homem um poder sobre todos os seres vivos. Aquele poder é um poder que o homem deve usar, mas sem abusar daquele poder.
Portanto, o homem pode (tem permissão) regular (controlar) a reprodução conforme seja necessário. Mas o homem não deve criar obstáculos para a reprodução se não houver necessidade [1].
A ação inteligente do homem (neste caso) é um contrapeso (compensação) que Deus dispôs (criou) para restabelecer o equilíbrio entre as forças da natureza; isso é uma outra coisa que torna o homem diferente dos animais porque o homem atua com conhecimento de causa (sabendo o que está fazendo).
Mas os próprios animais também contribuem (sem conhecimento de causa) para a existência desse equilíbrio (das forças da natureza) porque o instinto de destruição (matança) que Deus deu para os animais – a fim de que os animais cuidem da própria conservação – faz com que os animais se alimentem de certas espécies de animais e de vegetais que poderiam ter um desenvolvimento (crescimento de população) excessivo e talvez perigoso (se não fossem alimento para outros animais). |
694. | O que deve ser pensado dos usos (costumes) do homem que resultam em obstáculos para a reprodução tendo em vista a satisfação da sensualidade? [2] | |
| – | Tais usos (costumes) do homem prova (demonstra) a predominância (domínio) do corpo (físico) sobre a alma, e prova o quanto o homem está apegado à matéria. |
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[1] Como os Espíritos superiores não mencionaram de que reprodução os Espíritos superiores estavam falando (seres vivos, ou animais, ou plantas), entende-se que os Espíritos superiores estivessem falando da reprodução em geral, o que inclui a reprodução do próprio homem. Com esse entendimento, a conclusão é que os métodos contraceptivos utilizados pelo homem (sem incluir o aborto - ver questão 358) não são condenáveis se não houver abuso por parte do homem e se o impedimento da reprodução for necessário.
[2] Neste caso, a palavra "sensualidade" significa "prazer sexual", e não as sensações de todo e qualquer órgão dos sentidos.
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