Parte I: Causas primárias – Capítulo I: Deus – Atributos da Divindade
Atributos da Divindade
10. | O homem pode compreender a natureza íntima de Deus? | |
| – | Não; falta um sentido no homem para compreender a natureza íntima de Deus. |
11. | Algum dia o homem poderá compreender o mistério da Divindade? | |||
| – | Quando o espírito do homem não estiver mais limitado pela matéria e, quando o homem através de sua própria perfeição tiver se aproximado de Deus, o homem verá e compreenderá Deus. | ||
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A inferioridade das faculdades (capacidades) do homem impede que o homem compreenda a natureza íntima de Deus. O homem está na infância de sua evolução e perfeição espiritual, e acaba confundindo a Divindade com o próprio homem, acaba achando que a Divindade tem as mesmas imperfeições que o homens tem. À medida que o homem obtém mais senso moral, seu pensamento é capaz de captar melhor a essência das coisas; então o homem faz uma idéia mais justa da Divindade; essa idéia mais justa ainda será incompleta, mas estará mais próxima de um pensamento mais equilibrado (sobre a Divindade). |
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12. | Não somos capazes de compreender a natureza íntima de Deus, mas podemos ter idéia de algumas de Suas perfeições? | |
| – | De algumas, sim. O homem compreende melhor as perfeições de Deus conforme sobe na escala espiritual acima da matéria; o homem pode, pelo pensamento, vislumbrar aquelas perfeições. |
13. | Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom, temos idéia completa de seus atributos? | |||
| – | Do ponto de vista dos homens, sim, porque os homens acreditam que conhecem tudo. Saiba, porém, que há coisas que estão acima da inteligência do homem mais inteligente; a linguagem do homem é limitada pelas idéias e sensações humanas (terrenas) e não tem palavras para descrever as coisas que estão acima da inteligência do homem. De fato, a razão (raciocínio) dos homens diz aos homens que Deus deve possuir todas aquelas perfeições em grau supremo; se Deus não tivesse alguma daquelas perfeições em um grau supremo, Deus não seria superior a tudo e – portanto – não seria Deus. Para estar acima de todas as coisas, Deus tem que estar isento de qualquer mudança (é imutável) e não pode ter qualquer imperfeição que a imaginação possa imaginar. | ||
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Deus é eterno. Se Deus tivesse tido um princípio, Deus teria saído do nada, ou, então, Deus também teria sido criado por um ser anterior. É assim que, de degrau em degrau, chegamos ao infinito e à eternidade.
Deus é imutável. Se Deus estivesse sujeito a mudanças, não existiria nenhuma estabilidade nas leis que regem o universo.
Deus é imaterial. Isso quer dizer que a natureza de Deus é diferente de tudo aquilo que chamamos de matéria. A matéria está sujeita a transformações; se a natureza de Deus tivesse relação com a matéria, Deus também estaria sujeito às transformações da matéria (e não seria imutável).
Deus é único. Se houvesse muitos Deuses não haveria unidade de pontos de vista, nem unidade de poder na ordenação do universo.
Deus é onipotente. Deus é onipotente porque é também único. Se o poder de Deus não fosse um poder soberano, então existiria algo mais poderoso – ou tão poderoso quanto Ele. Deus, então, não teria criado todas as coisas. As coisas que Deus não tivesse feito seriam obra de outro Deus.
Deus é soberanamente justo e soberanamente bom. A sabedoria providencial das leis divinas se mostra tanto nas coisas mais pequeninas quanto nas maiores coisas; a sabedoria que é notada em todas as coisas não dá espaço para que se duvide nem da justiça, nem da bondade, de Deus. |
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