Parte II: O mundo espírita – Capítulo VI: Vida espírita – Ensaio teórico da sensação dos Espíritos

Livro dos Espíritos: linguagem simplificada - Ensaio teórico da sensação dos Espíritos

 

Ensaio teórico da sensação dos Espíritos

 

257.

O corpo físico é o instrumento da dor. Se o corpo físico não é a causa primária da dor, o corpo físico é pelo menos a causa imediata (instrumento) da dor [1]. A alma percebe a dor: a percepção que a alma tem da dor é o efeito. A lembrança que o Espírito [2] tem da dor (física) pode ser muito penosa (dolorosa), mas não pode ter uma causa física. De fato, nem o frio, nem o calor são capazes de afetar o Espírito pois o Espírito não pode nem congelar nem pode queimar.

 

São conhecidos casos (entre os homens) onde a recordação ou a preocupação com um mal físico produzem os mesmos efeitos daquele mal físico, como se aquele mal físico fosse real e existisse de fato. Em alguns casos a recordação ou a preocupação com um mal físico chegam a até mesmo causar a morte. É um fato conhecido que pessoas que tiveram um membro amputado costumam dizer que sentem dor no membro que foi amputado (e que não possuem mais). Com certeza a origem dessa dor não pode estar no membro amputado. O que acontece é que o cérebro guardou aquela impressão (de dor no membro amputado).

 

Então podemos concordar que algo parecido possa acontecer nos sofrimentos do Espírito após a morte. Vamos resumir algumas explicações sobre esta questão (sensação dos Espíritos) com base: (1) em um estudo aprofundado do perispírito (que tem um papel importante em todos os fenômenos espíritas); (2) nas aparições (de Espíritos) de forma vaporosa ou de forma palpável; (3) no estado que o Espírito se encontra por ocasião da morte; (4) na idéia (errada) que os Espíritos costumam manifestar de que ainda estão vivos (fisicamente); (5) nas situações tão comoventes dos suicidas, dos que estão aflitos (em suplício), e dos que se deixaram levar pelos prazeres materiais; (6) em vários outros fatos.

 

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O perispírito é (também) o laço que une o Espírito à matéria do corpo físico. O perispírito é tirado do meio ambiente (do mundo que o Espírito habita), do "fluído universal" [3]. O perispírito ao mesmo tempo é parte da eletricidade (sic [4]), parte do "fluído magnético" e – até certo ponto – parte da matéria inerte [5]. Poderia ser dito que o perispírito é uma quintessência da matéria (matéria muito mais refinada e muito menos grosseira). O perispírito é o princípio (ponto de origem) da vida orgânica [6], mas o perispírito não é o princípio (ponto de origem) da vida intelectual, pois a vida intelectual está no Espírito.

 

O perispírito é também o agente (sic [7]) das sensações exteriores (luz, som, tato, etc.). Os órgãos do corpo físico servem de canais para as sensações exteriores, e fazem com que as sensações exteriores sejam percebidas em certos lugares do corpo físico. Quando o corpo físico é destruído pela morte, aquelas sensações (do Espírito) se tornam gerais (não são mais percebidas em certos lugares, mas são percebidas por todo o Espírito) e – por isso – os Espíritos não dizem (por exemplo) que estão sofrendo mais da cabeça do que estão sofrendo dos pés (ou vice-e-versa). O perispírito se torna independente do corpo físico quando o corpo físico é destruído, e as sensações do perispírito não devem ser confundidas com as sensações do corpo físico. No máximo, podemos apenas comparar as sensações do Espírito com as sensações do corpo físico, já que as sensações dos Espíritos não correspondem exatamente às sensações do corpo físico.

 

Os Espíritos podem sofrer quando os Espíritos estão livres do corpo físico, mas esse sofrimento não é corporal; o sofrimento dos Espíritos não é (sic [8]) exclusivamente moral (como o remorso, por exemplo) pois os Espíritos reclamam de frio e de calor. Os Espíritos não sofrem mais no inverno do que sofrem no verão: já observamos Espíritos atravessando chamas sem sentirem qualquer dor. Portanto, a temperatura não causa nada nos Espíritos. A dor que os Espíritos sentem (dizem sentir) não é, portanto, uma dor física propriamente dita: a dor que os Espíritos dizem sentir é um sentimento vago que o Espírito tem, e que o próprio Espírito nem sempre compreende exatamente bem (já que a dor não está presente em um lugar qualquer e já que a dor não é provocada por nada exterior ao Espírito). A dor que os Espíritos dizem sentir é mais uma lembrança, não é exatamente uma realidade, mas aquela lembrança é penosa (dolorosa) da mesma forma. Entretanto, algumas vezes acontece algo mais do que isso, como vamos ver.

 

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A experiência nos ensina que por ocasião da morte o perispírito se desprende mais ou menos lentamente do corpo físico. A experiência também nos ensina que durante os primeiros minutos depois da desencarnação o Espírito não encontra uma explicação para a (nova) situação em que o Espírito se acha. O Espírito não acredita que esteja desencarnado (morto) porque o Espírito se sente vivo. O Espírito vê de um lado o corpo físico e sabe que aquele corpo físico é o seu corpo, mas não compreende que esteja separado do corpo físico. Essa situação (de confusão) dura enquanto existir qualquer ligação entre o corpo físico e o perispírito.

 

Em uma ocasião, o Espírito de um suicida nos disse: "Não, não estou morto. No entanto sinto os vermes me roendo". Ora, com certeza os vermes não estavam roendo nem o perispírito nem o Espírito daquele suicida, os vermes estavam roendo o corpo físico morto. Mas como a separação do perispírito do corpo físico não era completa, havia uma espécie de repercussão moral (não física) que transmitia para o Espírito o que estava acontecendo com o corpo físico. A expressão "repercussão moral" talvez não seja a melhor forma de explicar isso porque a expressão "repercussão moral" pode levar à suposição de que aqui existe um efeito muito material (o que não é verdade). O Espírito daquele suicida estava tendo uma ilusão, que aquele Espírito achava que era a realidade; o perispírito do Espírito daquele suicida ainda estava ligado ao corpo físico, e a visão da cena do que estava acontecendo com o corpo físico é o que causava a ilusão que aquele Espírito estava tendo. Portanto, naquele caso (do suicida) não havia uma lembrança pois o corpo físico daquele Espírito não havia sido roído pelos vermes enquanto o corpo físico ainda estava vivo: havia um sentimento sobre algo acontecendo em um momento presente.

 

Isto mostra que se esses fatos são observados (investigados) com atenção, então é possível deduzir algumas coisas a partir daqueles fatos.

 

Durante a vida física, o corpo físico recebe as impressões exteriores (luz, som, tato, etc.) e transmite aquelas impressões para o Espírito através do perispírito que é – provavelmente – aquilo que é chamado de "fluído nervoso" (sic [9]). O corpo físico (por si só) não sente mais nada depois da morte, já que não existe mais nem um perispírito (ligado ao corpo físico) e nem um Espírito.

 

Quando o perispírito está livre do corpo físico, o perispírito experimenta sensações exteriores, mas essas sensações exteriores não chegam ao perispírito através de canais limitados (os órgãos do corpo físico) e – daí – o perispírito experimenta as sensações exteriores em todo o seu ser [10]. Mas é no Espírito que está a consciência, e o perispírito não é realmente nada além do que um simples agente de transmissão (de sensações exteriores) para o Espírito: então faz sentido concluir que se o perispírito pudesse existir sem o Espírito, então o perispírito não teria qualquer sensação, exatamente como o corpo físico (sozinho) não tem qualquer sensação. Do mesmo modo, se o Espírito não tivesse um perispírito, então o Espírito não teria qualquer sensação dolorosa fosse ela qual fosse. É exatamente isso o que acontece com os Espíritos completamente purificados. Sabemos que quanto mais os Espíritos se purificam, mais etérea (vaporosa) a essência do perispírito se torna. Isso quer dizer que a influência material (no Espírito) diminui à medida que o Espírito progride (na escala espiritual) – isto é, à medida que o próprio perispírito se torna menos grosseiro.

 

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Mas as sensações (físicas) agradáveis são transmitidas para o Espírito da mesma forma que as sensações desagradáveis são transmitidas para o Espírito: através do perispírito. Então, se um Espírito puro não experimenta sensações (físicas) desagradáveis, por consequência um Espírito puro também não experimenta sensações (físicas) agradáveis. Isso é verdade de fato com relação às sensações que vem unicamente da influência da matéria que os homens conhecem. O som dos nossos instrumentos, e o perfume das nossas flores não causam nenhuma impressão (sensação) nos Espíritos puros. Entretanto os Espíritos puros experimentam sensações íntimas de um encanto que não temos como definir, experimentam sensações íntimas que não podemos sequer imaginar porque a esse respeito somos como cegos diante da luz.

 

Sabemos que as sensações dos Espíritos são reais, mas como as sensações do Espírito são produzidas? A resposta a essa pergunta escapa do nosso conhecimento. Sabemos que no Espírito há percepção, sensação, audição, e visão. Sabemos que essas faculdades (sentidos) são atributos do Espírito todo e não são, como no homem, faculdades de apenas uma parte do ser (órgãos). Mas de que modos os Espíritos tem aquelas sensações? Isso não sabemos. Os próprios Espíritos não podem nos dizer nada sobre isso porque nossa linguagem não pode expressar idéias que os homens não possuem (novamente, um cego de nascença tentando entender a luz). Da mesma forma, a linguagem dos selvagens não tem palavras para traduzir (expressar) idéias sobre as nossas artes, ciências, e doutrinas [11] filosóficas.

 

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Quando dizemos que os Espíritos não sentem as impressões da matéria que nós conhecemos, estamos falando dos Espíritos muito elevados e que possuem um envoltório etéreo (perispírito) que não é parecido com nada que existe neste mundo (Terra). Isso não acontece – entretanto – com os Espíritos que possuem um perispírito mais grosseiro (denso); os Espíritos que possuem um perispírito mais grosseiro (denso) percebem os nossos sons, os nossos odores, mas não percebem isso tudo através de uma parte limitada (órgão) de seu ser, como acontecia com aqueles Espíritos quando estavam encarnados. É possível dizer que nesses Espíritos as vibrações (moleculares) da matéria são sentidas em todo o ser (as sensações chegam ao "sensorium commune" [12], que é o próprio Espírito); mas talvez a percepção que o Espírito tem das vibrações (moleculares) da matéria seja modificada (um certo tanto) porque aquelas vibrações causam uma impressão diferente (da nossa) no Espírito, e porque aquelas vibrações chegam ao Espírito de uma forma diferente [13].

 

Os Espíritos ouvem o som da nossa voz, mas compreendem o que dizemos sem precisarem das palavras; os Espíritos compreendem o que dizemos somente pela transmissão do pensamento. Para apoiar o que estamos dizendo há o fato de que essa penetração (dos Espíritos em nossos pensamentos) é tanto mais fácil (para o Espírito) quanto mais desmaterializado o Espírito estiver.

 

A visão dos Espíritos – por outro lado – não depende da presença de luz, como a visão dos homens depende. A faculdade (capacidade) de visão é um atributo (qualidade) essencial da alma [14], e não existem trevas para a visão da alma. Mas a visão das almas mais purificadas enxerga mais longe, é mais penetrante.

 

Portanto, a alma (ou o Espírito) tem em si mesma a faculdade (capacidade) de todas as percepções. Na vida corporal as percepções ficam prejudicadas pela matéria grosseira dos órgãos do corpo físico. Na vida (espiritual) fora do corpo físico, as percepções (do Espírito) vão ficando cada vez mais claras conforme o envoltório semi-material do Espírito (o perispírito) se torna menos material e mais vaporoso.

 

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O envoltório semi material (perispírito) dos Espíritos é retirado do meio ambiente (material) dos mundos (em que os Espíritos estão), e aquele envoltório varia de acordo com a natureza dos mundos [15]. Quando um Espírito se movimenta de um mundo para outro mundo, o Espírito muda de envoltório (perispírito) da mesma forma que os homens mudam de roupa quando os homens passam do inverno para o verão, ou passando de um pólo da Terra para o equador.

 

Quando os Espíritos mais elevados vem visitar a Terra, aqueles Espíritos se revestem de um perispírito terrestre e – então – as percepções que aqueles Espíritos tem são as mesmas percepções dos Espíritos comuns de nosso mundo. Todos os Espíritos, porém, sejam Espíritos inferiores ou sejam Espíritos superiores, não ouvem e nem sentem senão aquilo que queiram ouvir ou sentir [16]. Como os Espíritos não possuem órgãos sensitivos (órgãos responsáveis pelas sensações), os Espíritos tem toda a liberdade para ativar ("ligar") ou ignorar ("desligar") as suas percepções.

 

Os Espíritos são obrigados a ouvir apenas uma coisa: os conselhos dos Espíritos bons. A visão dos Espíritos está sempre presente, mas eles podem ficar invisíveis uns para os outros. Conforme a categoria (grau de elevação) do Espírito, o Espírito consegue se esconder dos Espíritos que são inferiores a ele próprio, mas o Espírito não consegue se esconder dos Espíritos que são superiores a ele próprio.

 

Nos primeiros instantes depois da morte física, a visão do Espírito é sempre nublada e confusa. Após a morte física, a visão do Espírito vai ficando cada vez mais clara conforme o Espírito se desprende da matéria, e a visão do Espírito pode chegar a ter a nitidez da visão que o Espírito tinha quando o Espírito estava encarnado [17] (e pode – ainda – enxergar através de corpos e objetos que a visão terrena não consegue ultrapassar). Dependendo do grau de pureza e de elevação do Espírito, a visão do Espírito se estende através do espaço indefinido (sic [18]) e pode alcançar o futuro e o passado.

 

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Algumas pessoas poderiam contestar (isso tudo) e dizer: "Esta teoria toda não tem nada de tranquilizadora. Estávamos pensando que nós não iríamos mais sofrer assim que nós estivéssemos livres do nosso envoltório grosseiro (corpo físico). Mas aí somos informados que ainda iremos sofrer (depois da morte). De uma ou de outra forma (encarnados ou não) será sempre sofrimento". Sim! Pode acontecer que iremos continuar a sofrer, e sofrer muito, e sofrer por muito tempo (após a morte física). Mas também pode acontecer que deixemos de sofrer, até mesmo a partir do exato momento em que acabe a nossa vida corporal.

 

Algumas vezes os sofrimentos deste mundo não dependem de nós mesmos; muitos, contudo, são causados pela nossa vontade. Se uma pessoa procurar o ponto onde começou cada um dos seus próprios sofrimentos neste mundo, aquela pessoa irá perceber que a maior parte daqueles sofrimentos são os efeitos de causas que poderiam ter sido evitadas (pela vontade). Quantos males que o homem sofre, quantas enfermidades do homem não são causados pelos excessos do (próprio) homem, não são causados pela ambição do homem, não são causados (em resumo) pelas paixões do homem? O homem que sempre vivesse com moderação, sem abusos, que tivesse sempre gostos simples e desejos modestos, iria se livrar de muitas tribulações (dificuldades).

 

A mesma coisa acontece com o Espírito. Os sofrimentos que o Espírito tem são sempre uma consequência da forma como aquele Espírito viveu na Terra quando estava encarnado. Com certeza o Espírito não sofrerá mais de gota, não sofrerá mais de reumatismo; mas o Espírito irá passar por outros sofrimentos que não devem nada àqueles sofrimentos físicos (gota, reumatismo, etc.).

 

Pudemos ver que tal sofrimento do Espírito é causado pelos laços que ainda prendem o Espírito à matéria. Pudemos ver que quanto mais livre da influência da matéria o Espírito estiver (isto é, quanto mais desmaterializado o Espírito estiver), menores serão as sensações dolorosas que o Espírito irá experimentar (após a morte física).

 

Oras, a libertação da influência da matéria, desde a vida (física) atual que o Espírito tem, está nas mãos do (próprio) Espírito. O Espírito tem o livre-arbítrio e – portanto – tem a capacidade de escolher entre se libertar ou não da influência da matéria: basta o Espírito domar as paixões animais; basta o Espírito não alimentar nem o ódio e nem a inveja; basta o Espírito não alimentar nem o ciúme e nem o orgulho; basta o Espírito não se deixar dominar pelo egoísmo; basta o Espírito se purificar; basta o Espírito alimentar os bons sentimentos; basta o Espírito praticar o bem; basta o Espírito não dar uma importância não merecida para as coisas deste mundo. E – então – embora o Espírito ainda esteja revestido do envoltório corporal (corpo físico), o Espírito já estará (mais) livre da influência (pesada) da matéria; quando esse Espírito abandonar o envoltório corporal, o Espírito não irá mais sofrer (tanto) a influência da matéria. Esse Espírito não terá nenhuma lembrança dolorosa causada pelos sofrimentos físicos que esse Espírito pudesse ter experimentado (aqueles sofrimentos não deixarão nenhuma impressão desagradável nesse Espírito pois aqueles sofrimentos afetaram apenas o corpo físico e não o Espírito). Esse Espírito se sentirá feliz por ter se livrado dos sofrimentos físicos, e a paz de consciência que esse Espírito possui irá livrar esse Espírito de qualquer sofrimento moral.

 

Interrogamos milhares de Espíritos (desencarnados) que viveram na Terra e pertenceram a todas as classes da sociedade, que ocuparam todas as posições sociais. Estudamos os períodos das vidas espirituais de todos aqueles Espíritos, a partir do momento em que aqueles Espíritos abandonaram o corpo físico. Acompanhamos aqueles Espíritos passo a passo, em suas vidas além-túmulo, para observar as mudanças que aconteciam com aqueles Espíritos, para observar as mudanças que aconteciam nas idéias daqueles Espíritos, para observar as mudanças que aconteciam nas sensações daqueles Espíritos (nesse sentido – das sensações dos Espíritos – o material de estudo fornecido pelos Espíritos dos que foram homens mais vulgares não foi menos valioso). Ora, notamos que os sofrimentos dos Espíritos sempre tinham relação com a maneira de agir daqueles Espíritos (quando estavam encarnados), e que aqueles sofrimentos são uma consequência daquela maneira de agir. Notamos que a outra vida (espiritual) é uma fonte de uma ventura (felicidade) indescritível para os Espíritos que seguiram o bom caminho (quando estavam encarnados). A conclusão disso tudo é que os Espíritos que sofrem, sofrem porque quiseram (escolheram) sofrer, e que – portanto – aqueles Espíritos só podem se queixar de si mesmos, seja neste mundo, seja no outro mundo.

 


 

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[1]        Dizendo de outra forma: se a dor não é provocada pelo corpo físico, ao menos a dor vem através do corpo físico (por exemplo, o cérebro faz com que o homem tenha consciência de uma dor que pode ser moral).

[2]        Neste trecho do texto, Allan Kardec havia utilizado a palavra "alma" onde aparece a palavra "Espírito". A alma foi definida como "Espírito encarnado". Portanto, a alma não pode ter apenas uma lembrança da dor já que um Espírito encarnado vive de fato a dor e não vive apenas uma lembrança da dor. Por esse motivo houve a substituição da palavra "alma" pela palavra "Espírito".

[3]        Ver questões 27, 64, e 94.

[4]        Sic Erat Scriptum: traduzido como "assim estava escrito".

[5]        Ver questão 93 a 95 sobre "perispírito".

[6]        Ver questão 60 a 67 sobre "seres orgânicos e inorgânicos".

[7]        Sic Erat Scriptum: traduzido como "assim estava escrito". Entende-se que o perispírito seja o meio condutor através do qual as sensações físicas do corpo são transmitidas para o Espírito.

[8]        Sic Erat Scriptum: traduzido como "assim estava escrito". Não faz muito sentido que o sofrimento do Espírito não seja exclusivamente moral já que um Espírito não possui um corpo físico.

[9]        Sic Erat Scriptum: traduzido como "assim estava escrito".

[10]       Isso pode ser entendido comparando com a forma como as pessoas sentem o calor ou o frio. A temperatura do ambiente não é sentida pelo corpo físico em um único ponto do corpo, mas em todo o corpo (pois não existe no corpo um órgão específico para sentir a temperatura do ambiente). Todas as partes do corpo físico sentem a temperatura (praticamente) da mesma forma, e ao mesmo tempo.

[11]       DOUTRINA: reunião dos fundamentos e / ou idéias que, por serem essenciais, devem ser ensinadas; o conjunto do que se utiliza para ensinar; disciplina; crença ou reunião das crenças que são tidas como verdadeiras pelas pessoas que nelas acreditam.

[12]       O filósofo grego Aristóteles apareceu a idéia de um "órgão" onde estariam concentradas todas as sensações. A esse "órgão" foi dado o nome "sensorium commune". Mais tarde, depois da Aristóteles, apareceu a idéia de que "sensorium commune" seria a sede da alma integral.

[13]       Por exemplo (extremo e muito raro): são conhecidos casos de pessoas que conseguem ver cores quando ouvem sons. Isso mostra claramente que as sensações exteriores podem ser percebidas de forma diferente por pessoas diferentes. Portanto não é nenhum absurdo imaginar (concluir) que os Espíritos percebam as sensações exteriores de forma diferente da forma como os homens percebem (principalmente se for levado em conta que a natureza dos Espíritos não é física como a dos homens).

[14]       Embora Allan Kardec tenha utilizado a palavra "alma", aqui deve ser entendido "Espírito" no lugar de "alma" (lembrando que "alma" é um Espírito encarnado).

[15]       Ver questão 94 sobre "perispírito".

[16]       Isso é verdade de uma forma geral, mas há exceções como foi observado na questão 250.

[17]       Na verdade, a visão do Espírito é mais aguçada quando o Espírito está completamente desencarnado (ver questão 248).

[18]       Sic Erat Scriptum: traduzido como "assim estava escrito".

 

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