Parte II: O mundo espírita – Capítulo VII: Volta do Espírito à vida corporal – Simpatias e antipatias terrenas
Simpatias e antipatias terrenas [1]
386. | Dois seres que se conheceram e se estimaram (em uma existência física anterior) podem se encontrar e se reconhecer em uma outra existência corporal? | |
| – | Aqueles seres não podem se reconhecer, mas podem se sentir atraídos um para o outro. E é bastante comum que a causa das ligações íntimas entre os seres, baseadas em uma afeição sincera, seja exatamente essa atração que existe entre aqueles seres. Os dois seres se aproximam um do outro devido a circunstâncias (situações) que podem parecer que acontecem por acaso, mas que na realidade são o resultado da atração (mútua) dos dois Espíritos (daqueles seres) que procuram um pelo outro no meio da multidão. |
386a. | Não seria mais agradável (melhor) se os dois seres pudessem se reconhecer? | |
| – | Nem sempre seria. A recordação das existências passadas teria inconvenientes maiores do que se pensa. Depois da morte física aqueles dois seres irão se reconhecer e irão saber sobre o tempo que passaram juntos [2]. |
387. | A simpatia entre dois seres sempre significa que aqueles seres se conheceram em alguma existência (física) passada? | |
| – | Não. Dois Espíritos que estejam em harmonia (sintonia) um com o outro se sentem naturalmente atraídos um pelo outro, sem que aqueles Espíritos tenham (necessariamente) se conhecido como homens (seres humanos) em alguma existência (física) passada. |
388. | Os encontros que acontecem entre algumas pessoas, e que normalmente dizemos que acontecem por acaso, não seriam uma consequência de uma certa relação de simpatia entre aquelas pessoas que se encontram? | |
| – | Há ligações entre os seres pensantes que os homens ainda não conhecem. O magnetismo (sic [3]) é o que guia esta ciência (fenômeno), e isso será compreendido melhor mais tarde. |
389. | De onde vem a repulsão instintiva que às vezes as pessoas tem à primeira vista por algumas outras pessoas? | |
| – | São Espíritos antipáticos que se adivinham e se reconhecem [4], sem chegar a se falarem. |
390. | A antipatia instintiva entre dois seres é sempre um sinal de uma natureza má (dos Espíritos daqueles dois seres)? | |
| – | Só porque dois Espíritos não simpatizam um com o outro, isso não significa que aqueles Espírito sejam necessariamente Espíritos maus (imperfeitos). A antipatia entre dois Espíritos pode ser motivada por causa de formas diferentes de pensar. Conforme aqueles dois Espíritos forem se elevando (na escala espírita [5]), a divergência de pensamentos entre eles irá desaparecendo e aquela antipatia deixará de existir. |
391. | A antipatia entre duas pessoas nasce primeiro na pessoa que é pior, ou nasce primeiro na pessoa que é melhor? | |
| – | Aquela antipatia tanto pode nascer primeiro na pessoa que é pior, quanto pode nascer primeiro na pessoa que é melhor; as causas e os efeitos (consequências) daquela antipatia são diferentes nos dois casos.
A pessoa onde existe um Espírito mau (imperfeito) antipatiza com quem quer que seja que possa julgar ou desmascarar o Espírito mau (imperfeito). Neste caso, a antipatia que nasce na pessoa má ao encontrar alguma outra pessoa (boa), significa que a pessoa má sabe que logo vai ser censurada. A distância (moral) que separa a pessoa má daquela outra pessoa (boa) se transforma em ódio, inveja, e alimenta na pessoa má o desejo de praticar o mal.
A pessoa onde existe um Espírito bom sente repulsa pela pessoa má porque aquela pessoa boa sabe que a pessoa má não será capaz de compreender a bondade, e porque aquela pessoa boa sabe que os sentimentos da pessoa má são diferentes dos seus sentimentos. Entretanto, a pessoa boa tem certeza de sua superioridade (moral) e – assim – a pessoa boa não alimenta nem ódio, nem inveja contra a outra pessoa (má). A pessoa boa se limita a evitar e a lastimar a pessoa má. |
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