Parte III: Leis morais – Capítulo VI: Lei de destruição – Assassinato

Livro dos Espíritos: linguagem simplificada - Assassinato

 

Assassinato

 

746.

O assassinato é um crime aos olhos de Deus?

 

O assassinato é um crime grande aos olhos de Deus, pois quem tira a vida de um semelhante está cortando o fio (interrompendo) de uma existência de expiação (progresso espiritual) ou de missão. É aí que está o mal.

 

747.

O grau (tamanho) da culpa (do assassino) é sempre o mesmo em todos os casos de assassinato?

 

Já dissemos: Deus é justo. Deus julga (pesa) o fato mais pela intenção por trás do fato que pelo fato em si mesmo [1].

 

748.

Deus desculpa o assassinato no caso de legítima defesa?

 

Só a necessidade pode desculpar o assassinato. Mas se a pessoa agredida (ameaçada) puder preservar a própria vida sem atentar contra (ameaçar) a vida do seu agressor, a pessoa agredida deverá fazer isso.

 

749.

O homem é culpado pelos assassinatos que o homem comete durante a guerra?

 

Não se o homem comete aqueles assassinatos quando está sendo constrangido (forçado) pela força (das coisas). Mas o homem é culpado pelas crueldades que o homem comete (na guerra). Nesses casos, também é levado em conta (na culpa do homem) o sentimento de humanidade com que o homem age.

 

750.

O que é mais condenável aos olhos de Deus: o parricídio [2] ou o infanticídio?

 

Esse dois tipos de assassinato são condenáveis de forma igual aos olhos de Deus porque todo crime é um crime.

 

751.

Há alguns povos já adiantados do ponto de vista intelectual onde o infanticídio é um costume e está consagrado (autorizado) na lei [3]. Como isso pode ser explicado?

 

O desenvolvimento (adiantamento) intelectual não quer dizer que exista a necessidade (da presença) do bem [4]. Um Espírito que seja superior em inteligência pode ser um Espírito mau (imperfeito). Isso acontece com o Espírito que já viveu muitas existências (físicas) sem se melhorar (moralmente): é um Espírito que apenas sabe (que tem apenas conhecimentos) [5].

 


 

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[1]        Ver questão 636 e 637 sobre "o bem e o mal".  Ver questão 658 sobre "a prece". Ver questão 670 e 672 sobre "sacrifícios".

[2]        PARRICÍDIO: assassinato do pai, da mãe, do avô, da avó, ou de qualquer parente.

[3]        Não está claro de que povos Allan Kardec poderia estar falando pois mesmo na época de Allan Kardec o infanticídio não era um costume entre os povos adiantados intelectualmente. O infanticídio é um costume até os dias de hoje apenas entre povos indígenas (que claramente não são povos adiantados intelectualmente). Uma descrição curta da história do infanticídio pode ser encontrada em https://vitordaguia.jusbrasil.com.br/artigos/179838641/infanticidio-historico.

[4]        Ver questão 104 sobre "Espíritos pseudo sábios". Ver questão 127 sobre "progressão dos Espíritos".

[5]        Talvez um exemplo atual de um Espírito intelectualmente superior, mas moralmente pouco evoluído, seja o exemplo do médico nazista Josef Mengele (apelidado de "anjo da morte") que fazia experiências médicas cruéis com os judeus presos nos campos de concentração nazistas: https://pt.wikipedia.org/wiki/Josef_Mengele.

 

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